Livro da ex-funcionária do Facebook conta os bastidores da empresa (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2012 às 15h35.
São Paulo — Em seu aniversário, Mark Zuckerberg exigia que todas as funcionárias (só as mulheres) do Facebook usassem uma camiseta com a foto dele. Zuckerberg adorava a dupla francesa Daft Punk. Seu álbum "Discovery" era uma espécie de trilha sonora oficial nos corredores da empresa. E as pessoas trabalhavam tanto nela que havia incentivos para que morassem perto do escritório. Assim, poderiam chegar mais cedo e sair mais tarde. Essas são algumas revelações do recém recém-lançado livro “The Boy Kings: A Journey into the Heart of the Social Network” (256 páginas, editora Free Press).
A obra traz os bastidores da rede social de Mark Zuckerberg na visão de Katherine Losse, ex-funcionária da empresa. Contratada como funcionária número 51 em 2005, Losse era – assim como todos os animados funcionários da recém-criada empresa – uma jovem em busca de novas formas de interagir com o mundo. Com o grande crescimento do site, logo a missão da empresa de coletar dados sobre os hábitos dos usuários se tornou uma obsessão a qual todos os funcionários deveriam estar extremamente comprometidos.
Katherine Losse começou no Facebook com a função de responder às dúvidas de usuários, mas foi na equipe de internacionalização, com a missão de expandir a rede social para outros países, que passou a maior parte de seus anos na empresa. Era ela também a voz de Zuckerberg, sua “ghostwriter” particular, sendo responsável pelas publicações do chefe em sua página pessoal no Facebook. Losse deixou a empresa em 2010, por não concordar com os rumos que a rede social havia seguido nos últimos anos.
No livro, ela detalha o que acontecia na longas noites de hacking e nas grandes festas da empresa. Através dessas histórias, ela quer apresentar ao público as ambições, os valores, o que pensam e querem os funcionários e o grande chefe do Facebook, Mark Zuckerberg. O questionamento sobre o poder da rede social que estava sendo construída já estava nos pensamentos da Losse recém-contratada: “Qual o benefício de se fazer tudo em público? A informação, por ela mesma, é neutra ou diferentes tipos de informação têm valores diferentes, diferentes tipos de privacidade esperada, diferentes implicações em sua distribuição e consumo?”, escreve na introdução do livro.
“The Boy Kings” descreve o local de trabalho dos primeiros anos do Facebook com o objetivo de esclarecer como essa grande rede social se desenvolveu e como os valores defendidos pela empresa estão colocados em sua arquitetura. Na seção “News and Thoughts” do site do livro, Katherine defende, em resposta a questionamentos de leitores, que o livro argumenta que uma empresa que privilegia o conhecimento técnico sobre outras formas de conhecimento moldou um produto que define nossas interações sociais de maneira extremamente técnica, de modo que todos nós estamos vivendo uma versão da vida baseada na web e na tecnologia.