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Evo Morales deixa Viena e países europeus liberam espaço aéreo

Viena - O avião do presidente boliviano Evo Morales decolou nesta quarta-feira de Viena, onde teve que fazer uma escala na terça-feira depois que vários países europeus...

Evo-Morales (AFP)

Evo-Morales (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Viena - O avião do presidente boliviano Evo Morales decolou nesta quarta-feira de Viena, onde teve que fazer uma escala na terça-feira depois que vários países europeus fecharam o espaço aéreo pela suspeita - desmentida por La Paz - de que transportava o fugitivo americano Edward Snowden.

O avião presidencial fará uma escala nas Ilhas Canárias (Espanha), anunciou Morales em uma entrevista coletiva. A Espanha e outros países europeus autorizaram nesta quarta-feira a entrada da aeronave em seu espaço aéreo.

Morales, a quem França, Itália, Portugal e Espanha negaram passagem durante quase um dia, deve demorar 15 horas para chegar à Bolívia, segundo o ministério da Comunicação de La Paz.

Além das Ilhas Canárias, o avião deve fazer uma escala em Fortaleza, nordeste do Brasil. As duas escalas serão feitas para reabastecimento.

"Isto foi quase como um sequestro de 13 horas que permitiu que os governos de França, Itália, Portugal e Espanha pudessem revisar um erro histórico", disse o presidente no aeroporto da capital austríaca. [quebra]

Morales disse à imprensa que Madri pediu para inspecionar o avião antes de autorizar a entrada no espaço aéreo, mas que ele se negou porque seria uma violação da legislação internacional.

Mais cedo, Morales reclamou da maneira como foi tratado depois que seu avião foi desviado para Viena na terça-feira.

"Não sou um criminoso", afirmou Morales, depois que, segundo as autoridades bolivianas, vários países europeus negaram autorização de entrada no espaço aéreo.

O presidente boliviano viajava de Moscou, onde anunciou que seu governo estava disposto a estudar um eventual pedido de asilo de Snowden.

O governo da Áustria informou que o técnico de informática americano Edward Snowden não estava a bordo do avião do presidente boliviano, mas reconheceu que não inspecionou a aeronave.

"O avião de Morales pousou às 21H40 (16H40 de Brasília) procedente de Moscou. Os passaportes foram verificados e, ao contrário dos boatos, Edward Snowden não estava a bordo", afirmou à AFP o porta-voz do ministério do Interior austríaco, Karl-Heinz Grundboeck. [quebra]

O avião, no entanto, não foi inspecionado e os passageiros foram apenas submetidos a um controle de passaportes, destacou.

"Não existia uma base legal para uma operação", disse Grundboeck.

"Não posso entender que digam que estou retido porque estava levando o senhor Edward Snowden" disse Morales.

"Os Estados Unidos e quase todos os países da Europa têm serviços de inteligência e este senhor não é uma maleta ou uma mosca que eu posso colocar no avião e levar para a Bolívia", disse.

"É um pretexto para amedrontar, para intimidar, um pretexto para tentar calar a nossa luta contra as políticas econômicas de saque (...), de dominação e de intervenção", acrescentou Morales.

"Nem a Bolívia nem o presidente Evo comentem crimes. Somos muito respeitosos com as leis internacionais", afirmou.

O embaixador da Bolívia na ONU, Sacha Llorenti, considerou o bloqueio do avião do presidente Morales um "ato de agressão". [quebra]

"Não se fez nenhuma concessão", disse o diplomata, em referência à recusa boliviana de permitir uma inspeção da aeronave para garantir que não transportava Snowden.

"As vidas do presidente, de sua delegação e da tripulação foram colocadas em perigo", disse Llorente, que está em Genebra.

Ele também citou uma "violação das regras do direito internacional".

"Já iniciamos um procedimento para denunciar os fatos ao secretário-geral da ONU", disse.

Para a Bolívia, não há "nenhuma dúvida" de que "as ordens vieram dos Estados Unidos", destacou.

Snowden está na zona de trânsito do aeroporto de Moscou desde 23 de junho. Ele é acusado por Washington de espionagem por ter revelado um amplo programa de vigilância telefônica e na internet.

Vários países se recusaram a conceder asilo político a Edward Snowden. O governo dos Estados Unidos manifestou esperança de que o ex-consultor que prestava serviço para a Agência de Segurança Nacional (NSA), acusado de espionagem, retorne ao país para ser julgado.

As revelações de Snowden sobre o programa secreto dos Estados Unidos para vigiar as comunicações mundiais provocaram fortes tensões entre Washington e vários aliados.

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