Tecnologia

EUA pressionam Taiwan a produzir em seu território 50% da demanda doméstica de chips

Governo quer reduzir riscos geopolíticos

Publicado em 29 de setembro de 2025 às 13h21.

Os Estados Unidos estão pressionando Taiwan para aumentar significativamente seus investimentos e a produção de semicondutores em solo norte-americano, com o objetivo de que metade dos chips consumidos no país sejam fabricados localmente. A informação foi confirmada pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick, em entrevista à NewsNation.

Segundo Lutnick, a medida visa reduzir a dependência tecnológica dos EUA e diminuir os riscos de uma eventual crise envolvendo a China, que considera Taiwan parte de seu território. “Dissemos a Taiwan que é vital que 50% da produção seja feita nos Estados Unidos”, afirmou o secretário.

A proposta também representa uma mudança estrutural na indústria global de semicondutores, que hoje é fortemente dominada pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC). A empresa é responsável pela maior parte dos chips de alta performance do mundo e fornece para gigantes como Apple e Nvidia.

Durante a pandemia de Covid-19, a escassez de chips expôs a vulnerabilidade das cadeias produtivas globais, com efeitos sobre diversos setores, desde o automotivo até o de defesa e outras tecnologia de ponta, como a inteligência artificial.

Desde então, Washington vem ampliando esforços para relocalizar a produção e aumentar sua autonomia industrial — uma estratégia reforçada com o retorno de Donald Trump à presidência. Na semana passada, o Wall Street Journal noticiou que o governo norte-americano estuda impor tarifas adicionais a empresas que não equilibrarem produção e importação de chips.

Investimentos da TSMC nos EUA

A TSMC já se comprometeu a investir US$ 165 bilhões para ampliar suas operações nos EUA. No entanto, atingir a meta estabelecida pelo país norte-americano exigirá não apenas capital massivo, mas também a migração coordenada de dezenas de fornecedores que compõem o ecossistema da empresa em Taiwan. Por isso, há também custos logísticos, fiscais e regulatórios significativos.

Apesar do anúncio do objetivo, Lutnick não detalhou como os EUA pretendem convencer o governo de Taiwan a aderir à proposta.

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