Tecnologia

EUA podem violar criptografia comum na Internet

Segundo novos documentos, NSA desenvolveu secretamente a capacidade de violar ou burlar a criptografia usada para proteger e-mails ou transações financeiras


	Espionagem digital: reportagens afirmaram que a NSA e GCHQ relataram avanços em suas investidas contra a tecnologia SSL
 (REUTERS/Pawel Kopczynski)

Espionagem digital: reportagens afirmaram que a NSA e GCHQ relataram avanços em suas investidas contra a tecnologia SSL (REUTERS/Pawel Kopczynski)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 21h13.

San Francisco - A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) desenvolveu secretamente a capacidade de violar ou burlar a criptografia usada habitualmente na Internet para proteger e-mails ou transações financeiras, segundo reportagens que citam documentos obtidos pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden.

Os jornais britânico The Guardian, norte-americano New York Times e a entidade jornalística ProPublica informaram nesta quinta-feira que a NSA usou vários meios --do uso de supercomputadores e da implantação de "portas dos fundos" em produtos e serviços populares da Internet até mandados judiciais secretos e manipulação de processos internacionais para o estabelecimento de padrões de encriptação.

As reportagens afirmaram que a NSA e o órgão equivalente do governo britânico, conhecido pela sigla GCHQ, relataram avanços em suas investidas contra a tecnologia SSL ("camadas de soquetes seguros", na sigla em inglês), que protegem milhões de sites com endereços começados em "https", e contra redes virtuais privadas, habitualmente usadas por empresas com funcionários que trabalham remotamente e por pessoas que desejam ocultar sua localização.

Defensores do direito à privacidade já conseguiram convencer o Google, o Facebook e outros serviços populares da internet a adotarem o SSL para todos os seus usuários, mas as novas revelações sugerem que esse esforço pode ser inútil diante da NSA.

O Times e a ProPublica citaram um documento de inteligência segundo o qual a NSA gasta mais de 250 milhões de dólares por ano em um "Projeto de Habilitação da Inteligência por Sinais", que "envolve ativamente as indústrias americana e estrangeira de TI para influenciar secretamente e/ou alavancar abertamente os ‘designs' dos seus produtos comerciais (a fim de torná-los) exploráveis".

As reportagens não deixam claro com que frequência as empresas de tecnologia concordaram voluntariamente em ceder acesso secreto aos dados sob seu poder, e com que frequência a NSA obteve mandados judiciais obrigando as empresas a fazerem isso.

O Times disse que, a pedido das autoridades, "alguns fatos específicos" foram ocultados para evitar prejuízos à segurança nacional.

Autoridades de inteligência dos EUA não se manifestaram de imediato sobre as novas revelações.

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