Picanha (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2015 às 09h27.
Reguladores dos Estados Unidos aprovaram nesta quinta-feira o Repatha, a segunda droga injetável desenvolvida para o tratamento de pacientes com colesterol alto, com risco de doença cardíaca. O Repatha, também conhecido como evolocumab, é fabricado pelo Amgen e faz parte de uma nova classe de medicamento inibidor de PCSK9, anticorpos que atuam no fígado para baixar o colesterol.
A droga foi aprovada pela Administração de Alimentos e Fármacos (FDA, na sigla em inglês) para pessoas que, por condições hereditárias, têm um alto nível de lipoproteína de baixa densidade (LDL), popularmente chamada de "colesterol ruim", ou pessoas com artérias obstruídas, que podem vir a ter doenças cardíacas.
Níveis elevados de colesterol LDL no sangue provoca um acúmulo de placas nas artérias, aumentando o risco de doenças cardíacas, que matam aproximadamente 610.000 pessoas por ano nos Estados Unidos.
"O Repatha dá uma outra opção de tratamento a pacientes com hipercolesterolemia familiar diagnosticada ou com doença cardiovascular que não tenham conseguido reduzir o colesterol LDL com as estatinas", disse John Jenkins, diretor do Instituto de Novas Drogas do Centro de Avaliação e Pesquisa sobre Drogas.
Um estudo sobre o Repatha mostrou que pacientes que tomaram o novo remédio por 12 semanas tiveram uma redução de 60% dos níveis de LDL, comparados a pacientes que tomaram placebo.
Os efeitos colaterais incluem infecção respiratória, gripe, dor nas costas e reações como vermelhidão, dores ou hematomas onde a injeção é dada. Alguns pacientes podem ter reações alérgicas, informou a FDA.
Um painel consultivo da FDA havia recomendado a aprovação da droga em junho.
Em julho, o mesmo órgão aprovou o Praluent (alirocumab), do Sanofi and Regeneron Pharmaceuticals.
Especialistas afirmam que essas novas drogas podem ser uma alternativa aos populares medicamentos anticolesterol conhecidos como estatinas (Lipitor, Crestor e outros) que não são bem aceitos por todos os pacientes.
Os dados sobre a eficácia desses novos medicamentos no que se refere à redução das doenças cardíacas e ao aumento da expectativa de vida só serão divulgados a partir de 2017.
A indústria farmacêutica diz que essas drogas podem ajudar até 11 milhões de americanos.
Analistas apontam que esses remédios podem gerar receitas anuais de até 2,5 bilhões de dólares para casa fabricante.