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Estudo revela que mundo tem mais fumantes do que em 1980

Em todo o mundo, o número de fumantes subiu de 721 milhões em 1980 para 967 milhões em 2012

cigarro (superfantastic/flickr)

cigarro (superfantastic/flickr)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 07h40.

Mais pessoas fumam no mundo todo hoje do que em 1980, à medida que o crescimento populacional dispara e cigarros ganham popularidade em países emergentes, como China, Índia e Rússia, embora as taxas de tabagismo tenham diminuído nas últimas décadas, alertaram cientistas nesta terça-feira.

Em todo o mundo, o número de fumantes subiu de 721 milhões em 1980 para 967 milhões em 2012. O número de cigarros fumados anualmente também aumentou 26% nas últimas três décadas.

Segundo o informe, o aumento no número de fumantes ocorre apesar do declínio generalizado das taxas de tabagismo nas décadas recentes porque mais pessoas se conscientizaram dos riscos do tabaco para a saúde.

A China, por exemplo, tinha 100 milhões de fumantes a mais em 2012 do que há três décadas atrás (182 milhões a 282 milhões), embora a taxa de tabagismo tenha caído de 30% para 24% da população neste período, ressaltaram especialistas no estudo publicado no jornal da Associação Médica Americana.

A Índia ganhou 35 milhões novos fumantes - elevando seu total para 110 milhões - mesmo com a queda da taxa de tabagismo de 19% para 13% da população.

A Rússia, onde cerca de um terço da população fuma, ganhou um milhão de fumantes desde 1980.

Os dados foram publicados como parte de uma série de artigos relacionados ao tabagismo para coincidir com os 50 anos do primeiro relatório do US Surgeon General sobre os riscos do tabaco.

"Uma vez que sabemos que a metade de todos os fumantes acabará morrendo por causa do cigarro, um número maior de fumantes significará um aumento maciço das mortes prematuras em nosso tempo de vida", advertiu o co-autor do estudo, Alan Lopez, da Universidade de Melbourne.

O estudo, conduzido pelo Instituto de Métrica e Avaliação para a Saúde da Universidade de Washington, mediu dados de 187 países, e descobriu que a taxa mundial de tabagismo entre os homens era de 41% em 1980, mas desde então caiu para 31%, em média.

Entre as mulheres, a prevalência estimada de consumo diário de tabaco era de 10,6% em 1980 e em 2012 este percentual havia caído para 6,2%.

Segundo a pesquisa, o declínio mais rápido teve início em meados dos anos 1990, mas o tabagismo voltou a aumentar entre os homens desde 2010.

"Esta desaceleração na tendência global (de redução do tabagismo) se deveu, em parte, ao aumento do número de fumantes desde 2006 em muitos grandes países, incluindo Bangladesh, China, Indonésia e Rússia", destacou o estudo.

"Os maiores riscos de saúde são mais propensos de ocorrer em países com alta prevalência e consumo elevado", destacou o estudo, citando entre estes países China, Grécia, Irlanda, Itália, Japão, Kuwait, Coreia, Filipinas, Uruguai, Suíça e Rússia.

Em 2012, as maiores taxas de tabagismo entre os homens foram registradas no Timor Leste (61%) e na Indonésia (57%), seguidos de Armênia (51,5%), Rússia (51%) e Chipre (48%).

Os principais países com mulheres fumantes foram Grécia (34,7%) e Bulgária (31,5%).

A Áustria tinha uma taxa de tabagismo de 28,3%, seguida da França (27,7%) e da Bélgica (26,1%).

Uma proporção maior de mulheres fumava na França em 2012 (28%) do que em 1980 (19%), enquanto a taxa de tabagismo entre os homens foi na direção oposta, caindo de 42% para 34%.

No total, a França tinha 14 milhões de fumantes em 2012, dois milhões a mais do que em 1980.

O estudo também mediu quantos cigarros, em média, foram consumidos por pessoa em 2012, e descobriu que a Mauritânia teve o número maior, com 41 ou dois maços por dia.

"Uma vez que o cigarro permanece uma ameaça à saúde da população mundial, são necessários esforços intensificados para controlar seu uso", destacou o estudo.

A pesquisa também analisou onde no mundo foram obtidos os maiores ganhos na luta contra o tabagismo desde 1980, particularmente em países onde mais de uma em cada cinco pessoas fumavam.

Islândia, México e Canadá tiveram os declínios mais significativos (3%), seguidos de Suécia, Noruega e Dinamarca.

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