Tecnologia

Estudo quer avaliar se Apple Watch consegue detectar problemas cardíacos

Mais de 400.000 pessoas se inscreveram para participar do estudo da Universidade de Stanford

Apple Watch: Última versão do relógio inteligente da Apple registra batimentos cardíacos, mas precisão ainda não foi comprovada (Divulgação/Divulgação)

Apple Watch: Última versão do relógio inteligente da Apple registra batimentos cardíacos, mas precisão ainda não foi comprovada (Divulgação/Divulgação)

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Gustavo Gusmão

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 05h55.

Última atualização em 5 de novembro de 2018 às 10h06.

Mais de 400.000 pessoas se inscreveram para participar de um estudo da Universidade de Stanford patrocinado pela Apple para avaliar se o Apple Watch é capaz de detectar pacientes com problemas não diagnosticados no batimento cardíaco, um dos maiores estudos cardíacos já realizados.

O estudo, que teve detalhes publicados na última quinta-feira por pesquisadores da Universidade de Stanford, usará os sensores do relógio para detectar uma possível fibrilação atrial. As pessoas que têm a condição correm risco de gerar coágulos sanguíneos e sofrer derrames. Nos EUA, a condição causa 750.000 hospitalizações por ano e contribui para 130.000 mortes, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Aparelhos como telefones e o relógio digital da Apple oferecem novas possibilidades para os pesquisadores porque contêm sensores e outras ferramentas de coleta de dados que um grande número de pessoas mantém com elas quase o tempo todo. No total, 419.093 pessoas se inscreveram no estudo de Stanford e os resultados devem ser divulgados no ano que vem.

“Uma das coisas mais empolgantes dessa revolução na saúde digital é a oportunidade de atingir um enorme número de pessoas em um período bastante curto e sem grandes despesas”, disse Lloyd Minor, reitor da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, em entrevista. Minor considera “notável” que os pesquisadores tenham conseguido recrutar pacientes tão rapidamente.

O objetivo do estudo, chamado Apple Heart Study, é verificar se os sensores óticos do relógio da Apple podem ajudar a identificar casos não diagnosticados de fibrilação atrial. Como nem sempre produz sintomas externos, a fibrilação atrial pode existir sem ser diagnosticada. Descobrir quantos são os pacientes não diagnosticados “é uma das questões que ainda precisam ser respondidas”, disse o eletrofisiologista da Universidade de Stanford Marco Perez, um dos pesquisadores que lideram o estudo.

Uma característica incomum do estudo é que permite que as pessoas participem sem nunca visitar um médico em pessoa. Quando os sensores óticos do relógio detectam repetidos períodos de batimentos cardíacos irregulares, os pacientes recebem alertas em seus relógios para que telefonem e tenham uma consulta com um médico por meio de videoconferência.

Quando não forem encontradas condições sérias que exijam cuidados urgentes, os pacientes receberão por correio um monitor portátil de eletrocardiograma para usar por até sete dias com o objetivo de confirmar ou descartar a fibrilação atrial. “Isto é uma espécie de novo paradigma para a realização de testes clínicos”, disse Perez.

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