Véu: relatório põe em dúvida a tese de que o menor acesso esteja relacionado com piores qualificações (REUTERS/Beawiharta)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2016 às 14h40.
Berlim - Um estudo alemão apresentado nesta terça-feira mostrou que uma mulher turca que usa véu tem quatro vezes menos chance de conseguir uma entrevista de emprego do que uma cidadã alemã, evidenciando a discriminação social sofrida por este grupo no mercado de trabalho na Alemanha.
O trabalho da empresa de consultoria laboral IZA analisa as respostas das empresas ao envio de 1,5 mil currículos fictícios idênticos em qualificações acadêmicas e experiência que só mudavam o nome da candidata -entre um alemão ou outro turco- e a foto -com ou sem véu (não integral).
Assim, a versão com nome alemão e sem véu obteve convites para uma entrevista de trabalho em 18,8% ocasiões, enquanto a de nome turco e sem véu teve respostas em 13,5% dos casos e a combinação com nome turco e véu apenas foi atendida em 4,3% ocasiões.
Segundo a economista da Universidade de Linz, Doris Weichselbaumer, autora da pesquisa, é "imprescindível" contribuir para acabar com as "enormes dificuldades" sofridas pelas candidatas muçulmanas" que "querem se integrar no mercado de trabalho alemão".
O estudo estabelece, além disso, uma correlação direta entre a qualificação precisa para ter acesso a um posto e o grau de discriminação para as mulheres de origem turca que usam véu, que chegam a ter de enviar oito vezes mais currículos do que as alemãs.
Além disso, o relatório põe em dúvida a tese de que o menor acesso das mulheres imigrantes no mercado de trabalho na Alemanha esteja relacionado com piores qualificações.