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“Estamos na transição da era dos combustíveis fósseis para o lítio”, diz piloto Lucas di Grassi

Para piloto, Brasil já está atrasado no incentivo ao uso de carros elétricos

Lucas di Grassi (INFO)

Lucas di Grassi (INFO)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 26 de março de 2015 às 09h23.

O brasileiro Lucas di Grassi, piloto de Fórmula E (campeonato de veículos 100% elétricos mantido pela FIA), acredita que estamos em um momento de que os carros movidos à gasolina e álcool estão, lentamente, perdendo a dominância de mercado. “Estamos na transição da era dos combustíveis fósseis para a era do lítio”, afirmou di Grassi a INFO.

Em fase de preparação para a desafiadora prova de Le Mans, que dura 24 horas, o piloto brasileiro veio ao Brasil nesta quarta-feira (25) para uma coletiva de imprensa promovida pela Audi, sua escuderia tanto na Fórmula E quanto em Le Mans.

Di Grassi falou que as tecnologias presentes em carros da Fórmula E e nos híbridos de Le Mans podem ajudar os veículos comuns no futuro. “Não será o sistema em si usado no automobilismo, não temos como colocar um sistema de um carro de Le Mans em um automóvel popular, mas toda a parte de confiabilidade, de redução de peso é passada para os carros de rua, o que representa uma evolução muito grande”, disse o piloto.

Contudo, a transição dos veículos movidos a combustíveis fósseis para os movidos a eletricidade será lenta e pode levar até 30 anos, segundo di Grassi – e o Brasil já está atrasado. “Algo que você desenvolve na pista em seis meses, porque o seu concorrente está na sua frente, poderia levar até cinco anos para ser desenvolvido para um carro de rua. Portanto, o automobilismo acelera esse processo de transição, só que o Brasil ainda está muito atrás dos EUA e da Europa nesse quesito”, declarou.

O piloto, que lidera o primeiro a vencer uma prova de Fórmula E e é o brasileiro com melhor resultado geral em Le Mans, atribui o atraso do país à falta de estímulo por parte dos governantes. “O governo tem uma influência muito grande nisso, porque é preciso incentivar os carros elétricos, reduzindo impostos ou oferecendo benefícios como estacionamento gratuito ou dispensa do rodízio para quem tem um carro elétrico”, disse di Grassi, ressaltando que quem usa carros elétricos deixa de emitir gases nocivos na atmosfera.

Ainda assim, ele acredita em um Brasil com mais elétricos nas ruas, mas isso vai levar um pouco mais de tempo para o país do que para os Estados Unidos e para a Europa.

Le Mans – Buscando uma ascensão histórica para o automobilismo brasileiro, di Grassi tentará vencer o circuito de Le Mans, que terá início em 13 de junho. Se conseguir, o piloto terá obtido, progressivamente, terceiro, segundo e primeiro lugar na prova.

“O desafio de correr em Le Mans é conseguir se adaptar às diversas condições de pista, carro, pneu, aderênciade asfalto e chuva, tudo isso sem cometer nenhum erro. Se você erra nos primeiros ou nos últimos dez minutos, ou mesmo em qualquer ponto, você está fora da corrida”, declarou di Grassi a INFO.

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