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Voluntários criam equipe para rastrear vilões da web

Las Vegas - A 'Vigilant', uma aliança privada americana formada por voluntários que rastreiam vilões na rede há mais de dez anos, saiu das sombras para recrutar 'hackers' (piratas informáticos) em um encontro da DefCon, celebrado este domingo, em Las Vegas. A 'Vigilant' foi descrita por seu chefe, Chet Uber, como uma espécie de esquadrão […]

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Las Vegas - A 'Vigilant', uma aliança privada americana formada por voluntários que rastreiam vilões na rede há mais de dez anos, saiu das sombras para recrutar 'hackers' (piratas informáticos) em um encontro da DefCon, celebrado este domingo, em Las Vegas.

A 'Vigilant' foi descrita por seu chefe, Chet Uber, como uma espécie de esquadrão "Classe-A" que age contra terroristas, cartéis das drogas, máfia e outros vilões na internet.

"Fazemos coisas que o governo não pode fazer", explicou Uber. "Supunha que isto nunca deveria ser assunto público", acrescentou.

A aliança tem mais de 600 voluntários e em suas fileiras secretas militam, segundo informes, os mais altos diretores das principais companhias tecnológicas e ex-ciberespiões americanos de alto nível.

O grupo vasculha o tráfego na internet em busca de pistas sobre ataques online, terroristas, cartéis e outros alvos considerados prioritários pelos integrantes desta organização privada, que é gerida democraticamente.

A 'Vigilant' afirma ter colaboradores em 22 países que reúnem inteligência ou coordenam as redes pessoalmente.

"Entramos nos bares e procuramos listas de 'maus atores', conseguimos informações das pessoas (...)", explicou Uber.

"Mas, uma quantidade significativa de informação de inteligência que reunimos vem de nossa monitoração na internet. Nós nos fixamos em tudo o que acontece nos sites da internet, que são públicos", informou.

Uber foi categórico ao afirmar que a 'Vigilant' age dentro da lei, ao mesmo tempo em que destacou que, tecnologicamente, a aliança é mais ágil do que as agências do governo, geralmente atoladas em burocracia e rivalidades internas.

"A inteligência é um subproduto do que é nossa investigação em si", explicou Uber.

"Nós investigamos os ataques, porque acontecem e como podemos preveni-los", acrescentou.


A 'Vigilant' compartilha os resultados mais importantes com as agências de espionagem dos EUA e é tão respeitado pelos principais membros da comunidade hacker que Uber foi convidado à DefCon para recrutar novos talentos.

Uber disse que a 'Vigilant' decidiu tornar-se pública após 14 anos de funcionamento, com o objetivo de poder trabalhar com "plena capacidade", somando 1.750 voluntários com antecedentes examinados, no ano 2012.

"Somos gente boa, não queremos fazer mal a ninguém", disse Uber.

"Nosso único juramento é defender a Constituição dos Estados Unidos contra todos os inimigos estrangeiros e domésticos", afirmou.

Tudo o que possa ser visto legalmente na internet é jogo limpo para a Vigilant, ficando fora de sua alçada o correio eletrônico e as transcrições criptografadas, como as compras online.

O objetivo essencial da 'Vigilant' é conhecer quem está por trás dos ataques cibernéticos. A incapacidade de descobrir quem lança estes ataques online normalmente deixa empresas ou governos sem saber a quem responsabilizar.

"Este é um problema sem solução", disse Uber. "Provavelmente vimos trabalhando nele tanto tempo quanto o governo".

A 'Vigilant' desenvolveu sua própria rede de "confusão" na rede para localizar os "maus atores" que operam na internet sem serem detectados.

Uber disse que, assim, foi descoberta evidência de fraude nas últimas eleições presidenciais no Irã, enquanto era testado um mecanismo para tirar, furtivamente, informação de países com regimes autoritários através da rede.

A informação obtida foi entregue a funcionários dos EUA, que "esperavam a fraude (no Irã), mas não no nível do que nós informamos", disse Uber.

A 'Vigilant' trabalha para reunir informações por qualquer meio legal para depois montar o quebra-cabeça e ver toda a peça completa.

O muro que divide os 'federais' dos 'hackers' tem caído neste encontro DefCon, que se tornou um fórum de alianças entre aqueles que combatem o crime do lado do governo e os civis considerados os "ninjas" da era digital.

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