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Espionagem e "afronta" a Morales marcam reunião do Mercosul

Montevidéu - As denúncias de espionagem a vários países da América Latina por parte do governo americano e a 'afronta' contra o presidente Evo Morales na Europa marcaram...

espionagem (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.

Montevidéu - As denúncias de espionagem a vários países da América Latina por parte do governo americano e a "afronta" contra o presidente Evo Morales na Europa marcaram nesta quinta-feira a reunião de chanceleres do Mercosul, um encontro que antecede a Cúpula de Chefes de Estado e Governo desta sexta-feira.

Os temas centrais da reunião, que foi concluída sem declarações finais, se centraram em torno da resposta que o bloco deveria dar ao suposto caso de espionagem dos EUA na região, particularmente ao Brasil, e a "afronta" contra Morales, que chegou a ficar retido por 13 horas em seu avião presidencial após o incidente com países europeus. No entanto, assuntos que deveriam receber mais atenção, como a reincorporação do Paraguai, acabaram ficando de lado.

"O tema do Paraguai ficou em um parêntese, a decisão estava tomada e pouco se pode fazer. Mas, por insistência do Brasil, falamos muito sobre espionagem, além do assunto da Bolívia", informaram à Agência Efe fontes diplomáticas que participaram da reunião.

O conteúdo da declaração que os presidentes do Mercosul, cujos membros plenos são Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai - este último suspenso -, emitirão nesta sexta-feira sobre o tema também foi um ponto de grande debate entre os presentes na reunião de chanceleres, acrescentaram as mesmas fontes.

"Os membros plenos insistem em elaborar conteúdos mais fortes. Outros países associados querem diminuir o tom. Mas é um debate sobre palavras de condenação, não sobre condenação em si", completaram .

Em relação ao caso paraguaio, o chanceler do Uruguai, Luis Almagro, foi categórico ao afirmar perante a imprensa que a Venezuela assumirá a Presidência temporária do bloco porque o Paraguai "seguira suspenso" até o próximo dia 15 de agosto, data em que Horácio Cartes assumirá a Presidência desse país.

"A opção é transmitir a Presidência ao país que esteja em condições e, definitivamente por uma ordem alfabética, é a vez da Venezuela", declarou Almagro, que ressaltou sua impossibilidade de atuar de outro modo para não violar o Tratado de Assunção, que deu bases ao Mercosul.

O Paraguai foi suspenso há um ano do bloco devido à destituição do então presidente Fernando Lugo, em um "julgamento político" no Parlamento que foi considerado pelos integrantes do Mercosul como "uma ruptura da ordem democrática" nessa nação.

Além da polêmica em torno da suspensão do Paraguai e da aprovação da Venezuela como membro pleno - uma medida que não contou o aval paraguaio, como exige o Tratado de Assunção -, o próximo governo paraguaio já advertiu que não voltará ao bloco se a Venezuela assumir a Presidência temporária, um feito que qualifica como um atentado contra sua "dignidade".

A reunião contou com a presença dos ministros das Relações Exteriores da Argentina, Héctor Timerman; do Brasil, Antonio Patriota; da Venezuela, Elías Jaua; e de Almagro, pelo Uruguai, além do equatoriano Ricardo Patiño e do boliviano David Choquehuanca, assim como representantes de todos os países associados ao bloco, com exceção do Paraguai.

Entre outros aspectos, a reunião também foi marcada pela incorporação do Suriname e Guiana em qualidade de Estados Associados.

A reunião de chanceleres, assim como a Cúpula de Chefes de Estado e Governo, foi considerada como um "momento de extrema importância para o Mercosul" por parte de Almagro, enquanto a chanceler da Guiana, Carolyn Birkett, apontou que os países recém-incorporados estiveram muito tempo "isolados" na região.

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