NSA (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.
Washington - A Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) revisou enormes quantidades de e-mails e textos de americanos que faziam menção a estrangeiros sujeitos a vigilância, como parte de uma rede de espionagem mais ampla do que se suspeitava, informou nesta quinta-feira o jornal "The New York Times".
Citando uma fonte de inteligência anônima, o periódico disse que a NSA "não só está interceptando as comunicações de americanos que tenham contato direto com estrangeiros vigiados no exterior (...) como também está trabalhando uma rede mais ampla de pessoas que citem informação vinculada a esses estrangeiros".
Embora já se soubesse que a NSA realiza uma extensa busca de comunicações no exterior, a revelação que também faz "buscas de forma sistemática e sem permissão judicial" das comunicações dos americanos com o exterior representa uma espionagem em maior escala, segundo o jornal.
O "NYT" acrescentou que a vigilância além da fronteira dos americanos foi autorizada sob uma lei federal de 2008 conhecida por seu sua em inglês "Fisa" e que permite a espionagem em solo americano sem a devida permissão judicial sempre e quando o alvo da investigação for um estrangeiro fora do país.
No entanto, segundo a fonte citada pelo jornal, a lei não cobre a vigilância de comunicações telefônicas. Uma porta-voz da NSA, Judith A. Emmel, disse ao periódico que as atividades da agência são legais.
Emmel assegurou que o objetivo é obter informação de inteligência não de americanos, mas de "pessoas e organizações estrangeiras ou terroristas internacionais".
Para realizar esta vigilância, a NSA copia temporariamente os e-mails e mensagens de textos que cruzam fronteiras para depois revisar seu conteúdo. Basta que essas comunicações mencionem um nome, e-mail ou outro tipo de informação sobre alvos estrangeiros para que sejam vigiados pela NSA.
O subdiretor de assuntos legais da União de Liberdades Civis dos EUA, Jameel Jaffer, disse em comunicado que "o programa descrito pelo 'NYT' envolve uma impressionante invasão da vida privada de milhões de pessoas".
Esta ampla rede de espionagem das comunicações dos americanos "é precisamente o tipo de espionagem generalizada que a Quarta Emenda (da Constituição) tenta proibir", finalizou Jaffer.