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Especialistas preveem novas vítimas de ciberataque na Ásia

Na China, a segunda maior economia do mundo, sistemas de pagamento e serviços do governo relataram alguns apagões ocasionados pelo ataque de ransomware

WannaCry, que irrompeu na sexta-feira, travou centenas de milhares de computadores em mais de 150 países (Thinkstock/Thinkstock)

WannaCry, que irrompeu na sexta-feira, travou centenas de milhares de computadores em mais de 150 países (Thinkstock/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 15 de maio de 2017 às 09h20.

Última atualização em 15 de maio de 2017 às 09h43.

Cingapura / Washington - Governos e empresas da Ásia relataram algumas interrupções provocadas pelo programa de invasão digital WannaCry nesta segunda-feira, e especialistas em cibersegurança alertaram para um impacto mais abrangente à medida que mais trabalhadores acessarem seus computadores e emails.

Na China, a segunda maior economia do mundo, sistemas de pagamento e serviços do governo relataram alguns apagões ocasionados pelo ataque de ransomware, mas muito menos do que o esperado. As interrupções foram poucas no resto da Ásia, incluindo Japão, Índia, Coreia do Sul e Austrália.

O WannaCry, que irrompeu na sexta-feira, travou centenas de milhares de computadores em mais de 150 países, atingindo fábricas, hospitais, lojas e escolas de todo o mundo.

Embora o efeito em entidades asiáticas tenha sido menos grave nesta segunda-feira do que se temia, profissionais da indústria assinalaram riscos em potencial no futuro.

Empresas que foram atacadas pelo programa invasor, que se dissemina principalmente por email, podem temer admiti-lo publicamente, acrescentaram.

"Estamos analisando os perfis das vítimas, ainda estamos vendo muitas vítimas na região Ásia-Pacífico. Mas é uma campanha global, não é direcionada", disse Tim Wellsmore, diretor de ameaças de inteligência da Ásia-Pacífico da empresa de cibersegurança FireEye Inc.

"Mas não acho que possamos dizer que não impactou esta região com a abrangência com que o fez em outras regiões".

Michael Gazeley, diretor-gerente da Network Box, firma de cibersegurança sediada em Hong Kong, disse ainda haver "muitas 'minas terrestres' esperando nas caixas de entrada dos emails das pessoas" da região, já que a maioria dos ataques acontece por esse meio.

Mas os mercados financeiros da Ásia não se abalaram com o ciberataque, e em toda a região a maioria das ações subiu durante o dia.

Na China, a gigante energética PetroChina disse que os sistemas de pagamento de alguns de seus postos de combustível foram afetados, mas que conseguiu restaurar a maioria dos sistemas. Vários organismos governamentais chineses, incluindo a polícia e autoridades de trânsito, relataram ter sido afetados pela invasão, de acordo com postagens em microblogs oficiais.

A empresa de tecnologia chinesa Qihoo 360 disse que a taxa de infecção diminuiu consideravelmente nesta segunda-feira em relação aos dois dias anteriores.

A Agência Nacional de Polícia do Japão relatou duas invasões de computadores no país no domingo --uma em um hospital e a outra envolvendo um indivíduo--, mas nenhuma perda de fundos.

O conglomerado industrial Hitachi disse que o ataque afetou seus sistemas em algum momento do final de semana, impedindo-o de receber e enviar emails ou abrir anexos em alguns casos. O problema persiste, disse a empresa.

Na Índia, o governo disse só ter recebido alguns relatos de ataques a sistemas e incentivou os atingidos a não pagar nenhum resgate aos invasores. Nenhuma grande companhia indiana relatou interrupções em suas operações.

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