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Especialistas defendem cigarro eletrônico em conferência anti-tabagismo

Chefe da OMS manifestou recentemente apoio aos governos para que proíbam ou regulem o uso do produto

Cigarro (Wikimedia Commons)

Cigarro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2015 às 16h56.

Especialistas em saúde defenderam o cigarro eletrônico nesta sexta-feira, durante uma conferência anti-tabagismo em Abu Dhabi, descartando preocupações de que ele poderia favorecer a dependência à nicotina na adolescência.

A maioria dos especialistas, no entanto, concordou que o uso dos cigarros eletrônicos deve ser regulado, já que seus efeitos são ainda muito pouco conhecidos.

Konstantinos Farsalinos, pesquisador do Centro de Cirurgia Cardíaca Onassis, em Atenas, falou à AFP sobre um estudo que ouviu quase 19.500 pessoas, essencialmente nos Estados Unidos e Europa, no qual 81% dos entrevistados declarou ter parado de fumar graças ao cigarro eletrônico.

"Em média, eles param de fumar no primeiro mês de uso do cigarro eletrônico", explicou. "Não vemos um resultado parecido com nenhum outro método para parar de fumar".

No entanto, a chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, manifestou na última quarta-feira seu apoio aos governos para que proíbam ou regulem o uso do cigarro eletrônico.

"Não fumar é a norma, e os vaporizadores irão desviar o pensamento normal, já que encorajam o tabagismo, especialmente entre os jovens", disse Chan a jornalistas durante a Conferência Mundial sobre o Tabaco e Saúde, realizada na capital dos Emirados Árabes Unidos.

Mas para Jean-François Etter, professor da Universidade de Genebra, "os cigarros eletrônicos, as pastilhas de nicotina e os inaladores de tabaco não devem ser muito regulados". Isso poderia "reduzir o número de fumantes que se voltam para esses novos produtos", beneficiando "apenas grandes grupos de empresas de tabaco".

Os primeiros vaporizadores foram produzidos na China em 2003 e desde então têm experimentando um sucesso crescente em todo o mundo.

Alan Blum, clínico-geral e diretor do Centro para o Estudo do Tabaco e Sociedade da Universidade do Alabama, destacou que o cigarro eletrônico é geralmente recomendado para pacientes que desejam parar de fumar, em vez de "prescrever uma droga que tem efeitos colaterais e não funciona muito bem". Mas ele lamenta o uso por crianças, ou o fato de que alguns usam com maconha.

Farsalinos, por sua vez, citou um estudo ainda não publicado, segundo o qual "se 3% dos fumantes passassem a usar o cigarro eletrônico, cerca de dois milhões de vidas seriam salvas nos próximos 20 anos".

Segundo a OMS, o tabaco mata quase seis milhões de pessoas por ano, e caso medidas de contenção não forem tomadas rapidamente, o número de vítimas fatais será de oito milhões em 2030.

 

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