Peça da espaçonave SpaceShipTwo, da Virgin Galactic, após o acidente na Califórnia (Lucy Nicholson/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de novembro de 2014 às 14h36.
Uma especialista de uma organização sem fins lucrativos dedicada à segurança espacial afirmou que havia alertado diversas vezes a Virgin sobre os problemas de segurança antes do acidente de sexta-feira.
"Eu avisei que o motor da nave era potencialmente perigoso", disse Carolynne Campbell, principal especialista em propulsão de foguetes da Associação Internacional para o Avanço da Segurança no Espaço (IAASS, na sigla em inglês), que tem sede na Holanda.
Várias teorias apontam para o tipo de combustível utilizado e os problemas de segurança da empresa.
O voo de Virgin que sofreu o acidente, o de número 35 da SpaceShipTwo, que foi projetada para oferecer voos suborbitais a turistas, era o primeiro que utilizava um novo tipo de combustível para foguetes.
Campbell afirmou que em 2009 enviou cópias de um artigo científico sobre os perigos da propulsão de foguetes a várias pessoas da Virgin, mas foi ignorada, assim como uma posterior conversa telefônica sobre o tema.
O acidente de sexta-feira não foi a primeira tragédia a afetar o programa da Virgin Galactic. Em 2007, três pessoas morreram após a explosão de outro foguete projetado para ser usado na SpaceShipTwo.
O magnata britânico e dono da Virgin, Richard Branson, que mantém o sonho de organizar viagens comerciais ao espaço, pediu que as pessoas não especulem sobre as causas do acidente e aguardem o pronunciamento da Junta Nacional de Segurança no Transporte, que investiga a tragédia.
O acidente, que matou um piloto e deixou outro gravemente ferido, foi o segundo na indústria espacial privada em poucos dias. O foguete Antares, que transportava material para a Estação Espacial Internacional, explodiu segundos depois da decolagem.