Tecnologia

Escassez de chips de memória deve piorar em 2026, alertam empresas

Pressão sobre DRAM e NAND afeta PCs, celulares, data centers e automóveis

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 05h41.

A demanda por infraestrutura de inteligência artificial deve provocar escassez de chips de memória em 2026, segundo fabricantes globais de tecnologia. Empresas como Dell, HP, Xiaomi e Lenovo relatam pressão sobre custos e apontam aumento expressivo nos preços dos componentes, enquanto fornecedores priorizam produtos avançados usados em sistemas de IA.

A Counterpoint Research estima alta de até 50% nos módulos de memória até o segundo trimestre do próximo ano, de acordo com informações da Bloomberg.

O movimento já afeta fabricantes de eletrônicos. A Xiaomi ajustou preços de dispositivos e prevê novos aumentos em 2026. A Lenovo e outras companhias ampliaram estoques para evitar interrupções na produção.

O risco de falta de memória surge em um momento em que o setor reorganiza investimentos e capacidade fabril para atender à corrida por servidores e data centers para IA.

A escassez também encarece a fabricação de PC, celulares, equipamentos médicos e automóveis. Ao redirecionarem suas linhas para chips de maior valor agregado usados em inteligência artificial, fornecedores reduzem a oferta dos modelos mais comuns, que abastecem o mercado de computadores pessoais e eletrônicos.

Dell, HP e Apple ajustam estratégias

O diretor de operações da Dell, Jeff Clarke, afirmou, em teleconferência, que a empresa tem observado aumento nos custos e que parte desse impacto deve chegar ao consumidor.

A companhia avalia ajustes no portfólio e eventuais revisões de preços. A HP também projeta um segundo semestre difícil em 2026 e planeja incluir mais fornecedores e reduzir o volume de memória em alguns produtos. Segundo a empresa, a memória representa entre 15% e 18% do custo de um PC típico.

Já a Apple adota visão mais moderada. A companhia reconhece elevação parcial nos custos, mas afirma administrar o impacto graças ao seu peso na cadeia global, que ajuda a garantir fornecimento contínuo. A Lenovo, por sua vez, apesar de reforçar estoques — cerca de 50% acima do volume usual —, mantém preços estáveis no final deste ano e deve reavaliar o mercado em 2026.

Fornecedores operam no limite

Segundo a Bloomberg, fabricantes de memória como Samsung, SK Hynix, Micron e Kioxia se beneficiam da alta na demanda, mas também enfrentam restrições. A SK Hynix já vendeu toda sua produção para o próximo ano, e a Micron prevê oferta limitada até 2026. A Kioxia viu suas ações acumularem forte valorização após o IPO, impulsionada pelo cenário de menor disponibilidade de NAND.

O aumento da demanda por chips avançados — essenciais para sistemas de IA — também pode ser afetado pelo gargalo na produção de memória. A SMIC, maior fabricante chinesa de semicondutores, alertou que a escassez pode limitar a produção de automóveis e eletrônicos em 2026, uma vez que clientes priorizam a Nvidia, principal fornecedora de chips de IA.

O tema também está ligado às sanções dos Estados Unidos, que restringem a capacidade de novas empresas chinesas produzirem componentes avançados, agravando a pressão sobre a oferta global.

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