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Entre maturidade e renovação, iPhone completa cinco anos

O aparelho que revolucionou a telefonia terá sua quinta edição lançada hoje, mas já apresenta mostras de esgotamento

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 10h49.

Los Angeles - Passaram-se cinco anos desde que Steve Jobs lançou o primeiro iPhone, um aparelho que revolucionou o maduro setor da telefonia e despertou uma revolução tecnológica cujo ciclo dá algumas mostras de esgotamento.

O anúncio do iPhone original, em janeiro de 2007, gerou tanto entusiasmo entre os fiéis da Apple como incredulidade entre os analistas que não entendiam como um aparelho de US$ 500, sem teclado físico, conseguiria superar os populares e mais econômicos Nokia e os modernos BlackBerry.

A apresentação daquele telefone pode ser vista na internet em sites de compartilhamento de vídeos. Trata-se de um documento visual que representa um marco e no qual Jobs anuncia à plateia da conferência MacWorld, em San Francisco, o que está por vir.

"De vez em quando aparece um produto revolucionário que muda tudo", disse o fundador da Apple, acrescentando que esse "iPod com chamadas e internet", como foi qualificado o iPhone no começo, estava destinado a "reinventar o telefone".

Ao conhecer a proposta da Apple, o presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, riu, literalmente. E a internet testemunha um vídeo no qual ele caçoa da então mais nova invenção de Jobs.

Fica claro que nem Ballmer com seu Windows Mobile, nem os diretores da Research in Motion (RIM), com o BlackBerry, nem os finlandeses da Nokia imaginavam o que estava acontecendo. O resto do setor, também não.

Cinco anos após o lançamento, a Nokia se vê sem sua habitual liderança mundial em fabricação de celulares, a Samsung desprezou seu defasado sistema operacional Symbian e se aliou com a Microsoft, que adaptou aos tempos do iPhone seu Windows Mobile, rebatizado Windows Phone, agora com touchscreen e teclado digital.

A BlackBerry está imersa em uma profunda crise e teve que despedir milhares de funcionários por causa de sua perda de competitividade.


Foi precisamente o Google, outro novato no setor da telefonia, que lançou o único sistema capaz de competir, até o momento, com o fenômeno iPhone.

Em 2008 estrearam os primeiros telefones equipados com Android, que basicamente repetiam a ideia que tinha funcionado com a Apple, embora com um modelo de negócio diferente: em vez de fabricar seus próprios aparelhos, ofereciam de graça às companhias de eletrônicos um sistema operacional capaz de competir com o iPhone.

O Google queria que o Android fosse o novo padrão tecnológico para o mundo da telefonia, da mesma forma que o Windows para o PC. Samsung, HTC, Motorola (comprada pelo Google) e outros adotaram o Android, ansiosos em se juntar à nova era, e Steve Jobs se enfureceu.

"Vou destruir o Android porque é um produto roubado. Estou disposto a ir a uma guerra termonuclear por isto", afirmou o guru da Apple a seu biógrafo antes de morrer, em 5 de outubro de 2011.

Com a ajuda do Android, telefones como o novo Samsung Galaxy S3 não só conseguiram alcançar o iPhone recentemente, como para muitos especialistas até o superam em vários aspectos, o que põe em questão a capacidade da Apple para continuar liderando um setor que se reinventou.

O que começou em 2007 como um desafio movido pela inovação passou em 2012 a ser uma guerra de patentes, na qual os advogados - ao invés dos designers, engenheiros e outros do setor de criação - estão na linha de frente.

Apesar de tudo, é de se prever que o esperado iPhone 5 volte a causar furor, assim como seus antecessores, e baterá um recorde de vendas. Serão formadas filas nas lojas da Apple, cujas ações estão nas nuvens. Isso entra dentro do previsível.

É precisamente a falta de fator surpresa o que começa a pesar sobre o bem-sucedido iPhone, um dispositivo que está condenado a revolucionar em nova versão e para o qual cumprir as expectativas é sinônimo de conformismo, justamente um conceito antirrevolucionário. 

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