Tecnologia

Empresas poderão instalar centros de pesquisa no IPT

Empresas poderão participar de hubs de inovação no Instituto de Pesquisas Tecnológicas, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo

Túnel de vento do Instituto de Pesquisa Tecnológico: um dos maiores institutos de pesquisa do Brasil (Germano Lüders/Exame)

Túnel de vento do Instituto de Pesquisa Tecnológico: um dos maiores institutos de pesquisa do Brasil (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 12h10.

Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 17h08.

São Paulo — O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) lançou na quarta-feira (31/07), em um evento na sede da instituição, em São Paulo, o programa IPT Open Experience.

O programa permitirá que empresas de todos os setores econômicos, que demandem soluções de alta intensidade tecnológica, possam instalar centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no campus do IPT, conectados à infraestrutura de tecnologia e de negócios da instituição.

“O espaço do IPT será compartilhado com empresas de médio e de grande porte, startups e ICTs [instituições de ciência e tecnologia]”, disse Jefferson Gomes, presidente do IPT, na cerimônia de lançamento do programa, da qual participaram o governador do Estado de São Paulo, João Doria, e a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, e na qual esteve presente o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago.

As empresas também terão oportunidade de participar de hubs de inovação que serão criados no IPT. Os hubs são ambientes de inovação aberta voltados a solucionar desafios tecnológicos por meio da interação com startups, clientes e fornecedores, além de universidades, instituições de pesquisa, órgãos do governo e outros agentes do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).

Por meio desses ambientes serão oferecidos diversos suportes para as empresas captar recursos públicos e privados para a inovação, estruturar projetos tecnológicos, utilizar os laboratórios do IPT e buscar startups para desenvolver projetos em parceria, entre outras iniciativas.

Segundo Gomes, a abertura do campus da instituição para empresas instalarem seu centros de P&D ou participar de hubs de inovação foi possível em razão da regulamentação, no início de 2018, da lei 13.243 – o chamado Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Entre outras medidas, o decreto autoriza as instituições públicas a cederem diretamente a empresas o uso de imóveis para a instalação de “ambientes promotores da inovação” – parques tecnológicos, aceleradoras, entre outros –; e flexibiliza as regras de transferência de tecnologia de ICTs para o setor privado.

“O IPT tem uma longa tradição de projetos colaborativos de pesquisa e desenvolvimento com empresas e algumas delas tinham o desejo de instalar centros de P&D no campus da instituição.

Mas isso não era possível porque precisava de um desenvolvimento jurídico”, disse Gomes à Agência FAPESP. “A regulamentação do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação permitiu fazermos isso agora legalmente.”

Para gerenciar a relação das empresas e startups nos ambientes de inovação que serão criados no IPT, a instituição lançou uma chamada no Diário Oficial para empresas interessadas.

“Ficamos muito surpresos com o número de empresas que manifestaram interesse em fazer a gestão privada do espaço de inovação no IPT”, disse a secretária estadual de Desenvolvimento Econômico.

Segundo Ellen, o programa IPT Open Experience foi inspirado em iniciativas internacionais bem sucedidas, como a do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e do Instituto Fraunhofer, na Europa.

“Esses grandes centros de referência em tecnologia são abertos e integrados com empresas. A ideia é que o IPT também possa abrir seu campus, com 340 mil metros quadrados e 40 laboratórios, para empresas, de modo a potencializar a inovação”, disse.

Ellen destacou que o programa já conta com parceiros como as universidades de São Paulo (USP), Estadual de São Paulo (Unesp), Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal de São Paulo (Unifesp), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Fundação Certi e o Sebrae-SP.

Um projeto em andamento no IPT, com foco em cidades inteligentes e indústria 4.0, apoiado pela FAPESP, ajudará a viabilizar parcerias com empresas no âmbito do novo programa, avaliou Gomes. “Esse projeto permitirá viabilizar muitas parcerias e interação com empresas nesses temas de pesquisa”, disse.

Projeto CITI

O governador João Doria disse que o lançamento do programa é a primeira fase do projeto de criação do Centro Internacional de Tecnologia e Inovação (CITI).

O projeto tem como objetivo transformar uma área de 650 mil metros quadrados da gleba da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, em São Paulo, em um distrito de tecnologia e inovação.

“Já lançamos a base e, até o fim deste ano, vamos lançar oficialmente o projeto CITI, independentemente do projeto de transferência do Ceagesp, que vai avançar também e sairá do lugar onde está de qualquer maneira”, disse. “O IPT será o ponto de referência ou quase o epicentro do projeto CITI”.

Além do IPT, integrarão o projeto CITI a USP e o Instituto Butantan. “Queremos aumentar os investimentos em ciência, tecnologia e inovação em São Paulo sem ser, necessariamente, com dinheiro público”, disse Doria.

“Investir em ciência, tecnologia e inovação é obrigação de governos responsáveis e que olham para as novas gerações. Mas, sempre que pudermos atrair investimentos privados, é melhor”, disse.

Acompanhe tudo sobre:InovaçãoIPT - Instituto de Pesquisas TecnológicasPesquisas científicasSão Paulo capital

Mais de Tecnologia

X dá início a plano de vender nomes de usuários inativos como nova fonte de receita

Amazon testa ferramenta que usa IA para permitir compras em lojas de terceiros dentro de seu app

Amazon lança ferramenta no Kindle que ajuda leitores a relembrar de livros anteriores de séries

Exclusivo: Apple avalia expandir montagem de iPhones no Brasil para driblar tarifas de Trump