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Empresas de streaming apostam em gratuidade para fazer frente à Netflix

Modelo é baseado na oferta de publicidade durante a programação — como a televisão aberta

Netflix: empresas menores apostam em filmes e séries menos recentes e numa certa tolerância de seus usuários em face da publicidade (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

Netflix: empresas menores apostam em filmes e séries menos recentes e numa certa tolerância de seus usuários em face da publicidade (Krisztian Bocsi/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 16 de outubro de 2019 às 11h11.

Para enfrentar a gigante de vídeo por assinatura Netflix, algumas plataformas apostam em outro modelo de assinatura, oferecendo gratuitamente filmes e séries de catálogos globalmente menos prestigiosos, com uma contrapartida: publicidade para o espectador.

Enquanto Disney+, HBO Max e AppleTV+ se lançam na guerra contra a Netflix e a Amazon na categoria de serviços de vídeo por assinatura (SVOD), outros atores como Tubi, Roku, Pluto ou Rakuten apostam em filmes e séries menos recentes e numa certa tolerância de seus usuários em face da publicidade, adaptando, assim, o bom e velho modelo dos canais de televisão abertos.

A plataforma californiana Tubi e a gigante japonesa Rakuten divulgaram suas ambições europeias esta semana no MIPCOM, a feira de conteúdos para a TV em Cannes.

Tubi planeja se lançar no Reino Unido em 2020, antes de expandir seu serviço para outros países, e acaba de lançar uma oferta para crianças, com "Tartarugas Ninja" e o ursinho "Paddington".

A plataforma transmite 15.000 filmes e programas, incluindo "Todo Mundo em Pânico", "Onde os Fracos Não Têm Vez" dos irmãos Cohen ou uma das últimas temporadas do programa "The Bachelorette". Afirma ter 20 milhões de usuários mensais nos Estados Unidos.

A Rakuten TV anuncia uma oferta inicialmente disponível em TVs conectadas, com filmes de catálogos, mas também alguns inéditos, começando com uma série documental sobre o FC Barcelona comentada por John Malkovich.

"Ainda não existe uma plataforma gratuita poderosa na Europa", disse seu CEO Jacinto Roca à AFP.

"Os espectadores serão assinantes de dois ou três serviços pagos. Consideramos que o AVOD (modelo financiado por anúncios) é um complemento natural das ofertas de VOD por assinatura (SVOD) e varejo (TVOD)".

A gigante americana Viacom (Paramount, MTV, Nickelodeon) também demonstrou seu interesse ao comprar em janeiro o serviço Pluto TV por US$ 340 milhões. O serviço, que oferece canais e reprodução de programas (replay), está disponível nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Suíça.

Anúncios "inovadores"

Em todo o mundo, canais públicos e privados também estão vendo suas ofertas de replay atraindo mais espectadores a cada ano; eles oferecem programas cada vez mais longos, às vezes até em pré-visualização.

A armadilha: evitar irritar o público com inúmeras páginas de publicidade. As plataformas americanas devem obedecer aos hábitos dos europeus, que estão acostumados a ver menos comerciais no ar, de acordo com os regulamentos locais.

"Para instalar a Pluto TV na Europa, reduzimos o número de anúncios", confirmou o diretor da plataforma para o continente, Olivier Jollet, durante uma mesa redonda no MIPCOM.

O conteúdo gratuito deve ser um espaço privilegiado para os anunciantes, com publicidade "inovadora" e mais direcionada, diz Jacinto Roca, da Rakuten.

Essas ofertas despertam o interesse dos anunciantes "acostumados a comprar muita publicidade nos canais tradicionais", diz.

A Rakuten também promete apresentar "metade da publicidade" que os canais tradicionais e pretende atrair com esse visualizador de conteúdo gratuito telespectadores prontos para liberar o cartão de crédito para seu serviço de VOD pago.

O Tubi promete de 4 a 5 minutos de publicidade por hora, segundo Farhad Massoudi. "A maioria das pessoas está perfeitamente bem com comerciais bem direcionados", garante.

As redes sociais também querem oferecer suas próprias ofertas neste setor gratuito, para manter os usuários o maior tempo possível.

O Facebook anunciou para sua plataforma Watch novas parcerias com Le Monde, M6 ou a mídia gourmet Tastemade.

E o maior serviço global de AVOD, lançado em 2005 e comprado pelo Google, continua sendo o YouTube. Se a plataforma é a vitrine preferida dos formatos curtos, os produtores de programas de TV também veem uma maneira de explorar títulos dos quais recuperaram os direitos.

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