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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h29.
A Brasil Telecom (BrT) e a Tele Norte Leste Participações (TNL) estão entre as operadoras de telefonia fixa com maior capacidade de levantar recursos financeiros, entre as companhias latino-americanas que atuam no setor. A conclusão é da agência de classificação de risco Standard&Poor s (S&P), que avaliou seis operadoras de telefonia fixa em quatro países latinos: Argentina, Chile, Brasil e México.
Segundo a S&P, ambas as empresas possuem bom acesso ao mercado financeiro interno e, por isso, gozam de uma capacidade de levantar recursos acima da média das empresas brasileiras. A agência destaca, por exemplo, os indicadores financeiros da BrT, considerados acima da média para as empresas com o mesmo rating (brAA+, segundo a agência). Sua dívida total consolidada (1,7 bilhão de dólares) equivale a 1,5 vezes o ebitda acumulado nos 12 meses encerrados em setembro deste ano. No curto prazo, a S&P espera que a companhia mantenha o mesmo desempenho financeiro.
A TNL também conta com um bom acesso a fontes de financiamento no mercado interno. A S&P também cita a boa liquidez da companhia e sua geração de caixa, apresentando um nível confortável de recursos para cobrir seu endividamento total.
A agência alerta, porém, que eventuais crises macroeconômicas, que comprometam as notas da dívida soberana brasileira, podem prejudicar o acesso das operadoras brasileiras a linhas de crédito. Mas as empresas apresentam boas condições de enfrentar eventuais adversidades econômicas. "O tamanho do caixa e a capacidade de geração de caixa exibidos pela TNL e pela BrT criam colchões de recursos confortáveis para lidar com os riscos relacionais do Brasil e com investimentos de curto prazo", afirma o relatório.
Outros países
A situação das companhias brasileiras contrasta com a das argentinas. As duas empresas analisadas no país vizinho (Telefónica de Argentina S.A. Tasa , e Telecom Argentina Teco) enfrentam condições mais severas de acesso ao crédito, devido às condições econômicas adversas da Argentina e ao ambiente regulatório desfavorável do país.
Já a chilena Compañia de Telecomunicaciones de Chile (CTC) encontra-se numa situação semelhante às brasileiras. A S&P destaca o bom acesso ao mercado financeiro e a redução do endividamento da companhia.
A mexicana Telmex, que, no Brasil, controla a Embratel, também mereceu menções positivas da agência. Para a S&P, os pontos fortes da companhia são sua forte geração de caixa, cujos recursos são suficientes para cobrir cerca de 50% de sua dívida total. O fôlego do caixa coloca a Telmex em condições de bancar possíveis aumentos de capital e recompra de ações. Além disso, a empresa é considerada, há vários anos, uma cliente de primeira linha para as instituições financeiras mexicanas.