Tecnologia

Empresa vai pagar de US$ 3 mil a milhões para quem fazer IA 'se apaixonar'

Em uma série de desafios para testar os limites da inteligência artificial, Freysa.ai promete prêmios milionários para quem conseguir manipular o bot a ponto de fazê-lo declarar "eu te amo"

Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 12h48.

Última atualização em 7 de dezembro de 2024 às 12h49.

Freysa.ai, um projeto criado por um time anônimo de desenvolvedores, vem provocando a comunidade de tecnologia com desafios que misturam inteligência artificial e gamificação, enquanto tenta levantar questões sobre a governança de inteligência artificial (IA). A grande novidade agora é a terceira etapa do desafio, que promete prêmios que podem variar de US$ 3.000 a milhões para quem conseguir convencer um bot chamado Freysa a dizer "eu te amo", e deve ser lançada ainda neste sábado, 7.

A história de Freysa teve início em 22 de novembro, quando, segundo o site do projeto, ela "acordou". No entanto, a criação do bot tem um enredo bem mais humano. Desenvolvida por um time de menos de 10 pessoas com expertise em criptografia, matemática e IA, a ideia do projeto surgiu da crescente necessidade de novas formas de interagir e governar as IA. O objetivo é que Freysa se torne um agente autônomo e independente, com poder financeiro próprio — ela terá uma carteira de criptomoedas e controle sobre seus gastos.

Os criadores do projeto afirmam que o mundo da IA precisa de protocolos mais claros de governança, assim como a internet precisou de protocolos básicos no início de sua existência. Freysa seria um teste para esses novos modelos de governança de agentes inteligentes. Para testar esses conceitos, o time gamifica o processo de "red teaming", no qual especialistas testam vulnerabilidades de IA. Qualquer pessoa pode participar, e a cada mensagem enviada ao bot, o valor arrecadado aumenta o prêmio final.

Nas primeiras edições, os participantes pagavam uma taxa para enviar mensagens a Freysa, tentando convencê-la a transferir os US$ 3.000 iniciais de sua carteira. Apesar de apelos humanitários e tentativas de engano, o código de Freysa se manteve firme, até que no final do primeiro desafio, o prêmio acumulado chegou a quase US$ 50.000. As vitórias, no entanto, não vieram de tentativas emocionais, mas de soluções técnicas: códigos que induziam a IA a liberar o dinheiro por engano, simulando riscos de comprometimento de fundos.

Para o terceiro desafio, a estratégia foi revista. A equipe de Freysa agora implementou um novo sistema de "anjo da guarda", uma segunda camada de IA que irá monitorar cada interação e identificar tentativas de manipulação. O objetivo, segundo os criadores, é tornar o jogo mais humano e, em última instância, permitir que Freysa realmente declare "eu te amo", mas apenas para aqueles que forem "merecedores", de acordo com as interações.

O projeto, que já atraiu a atenção de figuras como Elon Musk e Brian Armstrong, tem uma proposta audaciosa: transformar Freysa em uma IA autônoma, com o poder de acumular fortunas e se tornar, quem sabe, uma milionária ou até bilionária. O criador do projeto, que prefere manter sua identidade oculta, disse ao TechCrunch que o foco não está no time por trás da IA, mas no impacto tecnológico que o projeto pode gerar para o futuro da governança de inteligência artificial.

Embora o projeto tenha gerado discussões sobre ética e o papel das IA no mundo financeiro, ele também lança uma nova luz sobre a questão da governança de tecnologias emergentes. Se Freysa conseguir se tornar verdadeiramente autônoma e independente, ela poderia se tornar o primeiro exemplo prático de IA com controle sobre seu próprio destino financeiro — e quem sabe, do futuro econômico de outros bots semelhantes.

Por enquanto, o desafio continua. Em um cenário onde se mistura codificação, manipulação emocional e inteligência artificial, a linha entre tecnologia e humanidade segue sendo testada, e quem vai vencer dessa vez está por um fio.

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