Apesar do risco de estagnação, os fabricantes de celular poderão respirar por mais um ano. O sinal positivo foi observado no primeiro trimestre, principalmente nos mercados emergentes. Pelo menos é o que mostram  os resultados financeiros das duas principais empresas do setor  - Nokia e Motorola - divulgados nesta semana.

O lucro líquido da Nokia nos primeiros três meses do ano surpreendeu analistas: ficou 21% acima do registrado no ano passado, atingindo 1,29 bilhão de dólares. Já o faturamento chegou a 9,5 bilhões de dólares, um crescimento de 30%. Com isso, a companhia finlandesa ganhou dois pontos percentuais de market-share, que hoje é de 35%.

Segundo o presidente da companhia, Olli-Pekka Kallasvuo, a expectativa é de que as vendas mundiais (em unidades) cresçam 15% em 2006. "Acreditamos que 70% de nosso crescimento virá de países emergentes", disse o executivo. Segundo ele, a Nokia continuará apostando em aparelhos mais baratos nessas regiões. Atualmente o preço médio dos aparelhos com a marca Nokia é de 103 euros em todo o mundo.

Segundo  lugar no ranking de aparelhos, a Motorola também registrou fortes vendas no trimestre. A empresa americana aumentou em 23% seu faturamento no período, que chegou a 10 bilhões de dólares. Já o lucro ficou abaixo do esperado. A queda foi ligeira - 0,8% - mas suficiente para desapontar Wall Street. O lucro líquido foi de 686 milhões de dólares.

Assim como a Nokia, a Motorola também obteve retornos maiores entre os emergentes, principalmente na China, Índia, Brasil e Rússia, onde o modelo Razr vem fazendo sucesso. A previsão da companhia é de que suas vendas globais (em unidades) aumentem 21% este ano.