Redatora na Exame
Publicado em 9 de maio de 2025 às 12h55.
A Apple acumulou US$ 10,1 bilhões em comissões da App Store nos Estados Unidos em 2024, segundo estimativas da Appfigures, empresa provedora de inteligência de aplicativos.
Segundo a análise, o montante obtido pela Apple com mais que duplicou entre 2020 e 2024. Em 2020, a companhia arrecadou cerca de US$ 4,76 bilhões.
Em 2024, os desenvolvedores da App Store no país teriam arrecadado um total bruto de US$ 33,68 bilhões com seus aplicativos e jogos por meio do sistema de pagamentos da Apple. Após isso, o valor líquido repassado a eles foi de US$ 23,57 bilhões.
A Apple não divulga sua receita da App Store em balanços trimestrais, mas afirmou em relatório publicado em maio de 2023 que a App Store gerou US$ 104 bilhões em faturamento estimado com bens e serviços digitais globalmente em 2022.
No relatório, a Apple explicou que seus números de "faturamento e vendas" incluem receitas facilitadas pela App Store mesmo que as compras tenham ocorrido fora dela.
Na outra ponta, a análise constatou que a App Store faturou US$ 61,5 bilhões globalmente em 2022, montante que cresceu para US$ 91,3 bilhões em 2024. Com isso, a Apple faturou mais de US$ 27,39 bilhões em comissões globalmente no ano passado.
A Appfigures avalia que, em seu relatório, a Apple calculou a parcela da receita total de um aplicativo que é facilitada pela App Store, mesmo que a compra tenha sido feita em outro lugar. Nesse sentido, por exemplo, se um usuário compra uma assinatura do Hulu na web, mas passa 60% do seu tempo assistindo ao Hulu em dispositivos Apple, a Apple se credita por facilitar 60% dos gastos desse usuário.
A divulgação desses dados acontece em um momento de mudanças importantes nas regras da App Store.
Após uma decisão judicial recente, a Apple foi obrigada a permitir que desenvolvedores redirecionem os usuários para formas de pagamento fora da App Store, sem cobrança de comissão.
Antes, a empresa havia imposto uma taxa de 27% nesses casos, e foi considerada em "violação intencional" de uma liminar de 2021, ao continuar cobrando essas taxas sobre compras feitas fora dos aplicativos, criando barreiras anticompetitivas.
A Apple está recorrendo a decisão, argumentando que ela causa "danos graves e irreparáveis" e que custarão a companhia "somas substanciais anualmente". A empresa diz ainda que a decisão se baseia em uma conduta que "nunca foi julgada ilegal".
"Em vez disso, elas foram impostas para punir a Apple por suposto descumprimento de uma liminar estadual anterior que, por si só, é inválida."