Tecnologia

Em bloqueio do X, Moraes determina suspensão conjunta em apps de VPN; NordVPN viu procura crescer 4x

Decisão do ministro Alexandre de Moraes inclui multa de R$ 50 mil para quem utilizar VPNs para acessar a rede social

VPN: tecnologia é bastante usada por empresas que querem proteger dados corporativos  (Royalty-free/Getty Images)

VPN: tecnologia é bastante usada por empresas que querem proteger dados corporativos (Royalty-free/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 18h04.

Última atualização em 30 de agosto de 2024 às 18h32.

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender o X (antigo Twitter) no Brasil inclui também a ordem de bloqueio simultâneo do X em serviços de VPN, que poderiam ser usados para burlar a suspensão.

Em um trecho das 51 páginas que compõe o documento de suspensão do X, Moraes detalha o que deve ser suspenso: "retirem o aplicativo 'X' das lojas Apple Store e Google Play Store e, da mesma forma, em relação aos aplicativos que possibilitam o uso de VPN (virtual private network), tais como, exemplificativamente: Proton VPN, ExpressVPN, NordVPN, Surfshark, TotalVPN, AtlasVPN, Bitdefender VPN".

Fica determinado que quem utilizar VPNs para acessar a rede social estará sujeito a uma multa diária de R$ 50 mil. Além disso, Moraes determinou que a Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, coordene o bloqueio da rede social em todo o território nacional em até 24 horas

O bloqueio dos serviços de VPN também se estende às principais operadoras de internet fixa e móvel no Brasil, e a Apple e o Google têm um prazo de cinco dias para remover o aplicativo X de suas lojas virtuais.

Anatel informa que cumprirá decisão de Moraes de suspender o X

Laura Tyrylyte, chefe de Relações Públicas na Nord Security, empresa responsável pela VPN NordVPN, comentou sobre a decisão do STF que incluiu o bloqueio de serviços de VPN no Brasil.

Segundo Tyrylyte, a empresa defende a liberdade digital e o livre fluxo de informações, comprometendo-se a continuar oferecendo seus produtos em todo o mundo sem especificar sobre o Brasil. A Nord Security criticou as ações que buscam limitar o acesso a determinados aplicativos, considerando-as como "ações de ganho questionável", que restringem os direitos dos cidadãos de tomar decisões livremente.

A declaração veio acompanhada da observação de que a NordVPN registrou um aumento de até 4 vezes na demanda por seus serviços, comparado ao interesse usual em soluções de VPN.

Segundo a empresa, esse tipo de aumento na demanda não é incomum, ocorrendo sempre que governos anunciam medidas de vigilância ou restrições na internet. Nesses momentos, usuários buscam por ferramentas que garantam privacidade e liberdade online.

Como funcionam as VPNs?

VPN (Virtual Private Network) é um serviço que protege a conexão com a internet e a privacidade online dos usuários. Ao criar um túnel criptografado para os dados, as VPNs ocultam o endereço de IP do usuário, protegem a identidade online e permitem o uso seguro de redes de Wi-Fi públicas. Essas ferramentas são amplamente utilizadas para acessar sites, plataformas de rede social ou aplicativos bloqueados, mesmo em locais onde há restrições governamentais.

Acompanhe tudo sobre:TwitterAlexandre de Moraes

Mais de Tecnologia

WhatsApp volta ao normal depois de parar de funcionar em vários países

Pequim anuncia plano para avanço em inteligência incorporada

WhatsApp fora do ar? App de mensagens apresenta instabilidade nesta sexta-feira

Google faz novos cortes de funcionários e atinge setores de IA, Cloud e segurança