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Educação e infra-estrutura são pontos fracos do Brasil em TI

Para Augusto Lopez-Claros, diretor do Fórum Econômico Mundial, as maiores deficiências do país dependem de uma ação governamental mais efetiva

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h23.

A burocracia das instituições públicas e as deficiências do sistema educacional brasileiro devem ser sanadas com urgência. Do contrário, o Brasil vai se distanciar ainda mais dos países desenvolvidos no que se refere à difusão da tecnologia da informação (TI). "Se precisasse elaborar um plano para o Brasil expandir seu uso de TI, me concentraria em educação e administração pública", afirma Augusto Lopez-Claros, diretor do Programa de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial.

A má qualidade do ensino brasileiro é o primeiro item criticado por um relatório do Fórum sobre os 104 países mais desenvolvidos em TI. O Brasil aparece em 85º lugar no quesito educação. As deficiências nessa área comprometem a formação dos recursos humanos necessários para o desenvolvimento de novas tecnologias da informação. O país é o 58º em disponibilidade de cientistas e engenheiros, o 79º na qualidade do ensino de matemática e ciências e o 81º em termos de qualidade do ensino público, de acordo com a pesquisa.

O Chile, que vem se tornando um modelo para os países em desenvolvimento, lidera o ranking da América Latina e ocupa a 35ª posição na lista geral. O Brasil é o segundo da América Latina e o 46º no geral. Mesmo os chilenos sofrem com o nível de sua educação, apesar dos avanços. "O Chile poderia ter investido mais em sua rede de ensino", afirma Lopez-Claros. O país é o 71º em qualidade geral da educação.

Ambiente público

Os esforços públicos para fomentar a expansão da área de TI também estão aquém do desejado no Brasil. Para Lopez-Claros, esse é um problema comum a toda a América Latina. "Em geral, os países da região sofrem com toda essa cultura da burocracia. Parece que os governos estão lá para dificultar a vida de todos", diz (se você é assinante, leia também reportagem de EXAME sobre o tamanho da burocracia brasileira).

Entre os aspectos mais criticados pelo diretor do Fórum, está a lentidão do processo de abertura de empresas no Brasil o que dificulta a criação de negócios focados em TI. Lopez-Claros lembra que o país surgiu como o 96º entre os 104 pesquisados, no quesito rapidez para abertura de novas empresas.

Outro ponto é a falta de recursos para expandir o setor. O capital de risco ainda é incipiente no país, que ocupa a 56ª posição nesse item. Além disso, os gastos públicos com projetos de TI são pequenos, o que coloca o país em 96º nesse tema. Mesmo que queiram investir em novas tecnologias, as empresas também se ressentem da fragilidade das leis de propriedade intelectual, item no qual o país é 51º.

Para Lopez-Claros, apesar dos problemas, o Brasil demonstra grande potencial para evoluir em tecnologia da informação. Em alguns setores de ponta, como o aeronáutico, o país já compete de igual para igual com companhias de países desenvolvidos. Mas para suprir a defasagem da infra-estrutura de TI e do sistema educacional, o país precisará acelerar o passo. "Não adianta crescer 2% ao ano, se os demais países vão mais rápido do que isso", diz.

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