Tecnologia

Editais disponibilizam R$ 45 milhões para desenvolvimento de games no país

Recursos devem contemplar tanto projetos em desenvolvimento, como produtos em fase de comercialização, além de apoiar as chamadas aceleradoras

Games em foco: mercado já é maior do que o da música e do cinema juntos (MIcrosoft/Divulgação)

Games em foco: mercado já é maior do que o da música e do cinema juntos (MIcrosoft/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de dezembro de 2018 às 16h54.

O Ministério da Cultura e Agência Nacional do Cinema (Ancine) anunciaram nesta quarta-feira, 5, três editais para investimentos de 45,25 milhões de reais na indústria de games. Os recursos devem contemplar tanto projetos em desenvolvimento, como produtos em fase de comercialização, além de apoiar as chamadas aceleradoras, empresas que dão suporte aos desenvolvedores.

O dinheiro virá do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A partir do aporte, parte do retorno financeiro dos produtos comercializados ou desenvolvidos deverá voltar para o fundo. "Nós estamos falando de investimento. O Fundo Setorial está se associando com essas empresas, injetando recursos nos projetos ou nas aceleradoras, esperando obter, junto com os empreendedores, retorno financeiro", enfatizou o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, durante a Comic Con Experience, maior evento nacional de cultura geek.

Os games já representam no Brasil e no mundo, segundo o ministro, um mercado maior do que o da música e do cinema juntos. O setor teve, de acordo com Sérgio Sá, um crescimento anual médio nos últimos quatro anos de 24,7 por cento, passando de um faturamento de 366 milhões de dólares, em 2013, para 886 milhões de dólares, em 2017. A estimativa é que a indústria de games continue a crescer no Brasil a um índice médio de 14,7 por cento até 2022.

"Esse investimento, se for feito de forma regular e contínua por dez anos, nós colocaremos a indústria de games brasileira entre as maiores do mundo", disse o ministro sobre as perspetivas do setor no país.

Editais

Para a produção, o edital lançado hoje disponibilizará 16,75 milhões de reais distribuídos em três categoriais com valores máximos de investimento por projeto que variam de 750 mil reais a 3 milhões de reais. Em uma das modalidades serão selecionados propostas voltadas à acessibilidade. Os recursos também devem atender o desenvolvimento de ideias de realidade virtual e realidade aumentada. A distribuição dos recursos será feita ainda por cotas regionais.

Outros 10,5 milhões de reais serão destinados a complementar os recursos privados para desenvolvimento ou ampliação de um projeto. Cada proposta poderá receber no máximo 1 milhão de reais nessa modalidade. Enquanto 8 milhões de reais são para games concluídos ou em fase de finalização, com foco na comercialização.

Além disso, 10 milhões de reais serão disponibilizados para apoiar as chamadas aceleradoras, empresas que oferecem suporte, como capacitação, aos desenvolvedores. "A demanda superou muito a nossa expectativa, o que demonstra acerto de ter linhas como essa no âmbito do Fundo Setorial do Audiovisual e da política do audiovisual. Há um centro de games pujante no nosso país, são quase 400 empresas ativas", destacou.

Investimentos anteriores

Ainda neste mês, devem ser anunciados os 30 projetos contemplados com os recursos para desenvolvimento de games para o público infantil. Ao todo, os desenvolvedores devem receber 16 milhões de reais.

O primeiro edital voltado para games no Brasil foi lançado em 2016, disponibilizando 10 milhões de reais para o setor. De 2013 a 2018, o número de empresas que desenvolvem games no país passou de 142 para 375. A estimativa é que existam 75 milhões de consumidores brasileiros desses produtos.

Acompanhe tudo sobre:empresas-de-tecnologiaGamesInvestimentos de governo

Mais de Tecnologia

Trump pode intensificar bloqueio a Huawei e ampliar liderança dos EUA em 5G e 6G, diz Eurasia Group

74,5% do brasileiros jogam videogames com frequência — e classe C está mais incluída no consumo

Startup aeroespacial chinesa se prepara para missões de recuperação de foguetes

Por que usar a IA generativa pode ser um diferencial para os advogados do futuro