Radiografia de mama: 87 em cada 100 mulheres que se submetem uma dupla mastectomia após detecção precoce de câncer de mama continuam vivas 20 anos depois (Joel Saget/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 09h29.
Paris - As mulheres com câncer de mama de origem hereditária têm mais chances de sobreviver se forem submetidas a uma dupla mastectomia, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira.
Segundo os resultados da pesquisa, 87 em cada 100 mulheres que se submetem a uma dupla mastectomia imediatamente após a detecção precoce de um câncer de mama continuam vivas 20 anos depois.
No caso da retirada de apenas um seio, a proporção é de apenas 66 em cada 100, segundo os resultados do estudo de cientistas americanos e canadenses publicado pelo British Medical Journal (BMJ).
Cerca de 0,2% das mulheres têm duas mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 que aumentam entre 60% e 70% as possibilidades de ter um câncer de mama e favorecem o aparecimento de um segundo câncer.
Estas mutações levam todos os anos milhares de mulheres a se submeterem a mastectomias preventivas, como foi o caso no ano passado da atriz americana Angelina Jolie, que não tinha câncer quando foi operada.
"Chegamos à conclusão de que é razoável propor mastectomias bilaterais como tratamento inicial às mulheres com um câncer em estado precoce e que têm as mutações BRCA1 e BRCA2", escrevem os cientistas.
O estudo foi realizado entre 1975 e 2009 com 390 mulheres. Do total, 44 se submeteram a uma dupla mastectomia imediatamente depois de terem um câncer diagnosticado e as outras 346 só retiraram um seio. Destas últimas, 137 precisaram retirar o outro seio posteriormente.