buscas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2014 às 07h44.
Duas semanas depois que um avião da Malaysia Airlines desapareceu com 239 pessoas a bordo, as autoridades estão se preparando para o "longo prazo", já que as buscas conduzidas por mais de 12 países avançaram pouco, traduzindo-se em frustração.
A equipe internacional que procura o avião no remoto sul do oceano Índico não produziu resultados nesta sexta-feira e o vice-premiê da Austrália disse que suspeita que os objetos recém encontrados podem ter afundado.
No sábado (horário local), seis aviões começaram a voltar à região onde os objetos identificados por satélite foram vistos nesta semana, enquanto dois navios mercantes também faziam buscas na região. China, Japão e Índia estão enviando aviões, e navios australianos e chineses zarparam para a região, mais de 2.000 quilômetros a sudoeste de Perth.
Autoridades da Malásia têm sido realistas sobre a sua capacidade de conduzir a operação com uma dinâmica global que, segundo alguns, vão além das capacidades técnicas e conhecimentos do país.
"Continua sendo um esforço multinacional coordenado pela Malásia, envolvendo dezenas de países de todo o mundo", disse o ministro da Defesa da Malásia, Hishammuddin Hussein, em uma entrevista nesta sexta-feira.
A Malásia aceitou "toda a assistência para continuar a investigar todas as pistas críveis", disse Hishammuddin, que também acumula o cargo de ministro interino dos Transportes.
Ele disse que os investigadores estavam considerando o "longo prazo", mas havia a consciência de que o tempo estava passando. As baterias da caixa preta e do gravador de dados do avião só transmitem um sinal eletrônico durante cerca de 30 dias - depois deste prazo será muito mais difícil localizá-los.
Os investigadores suspeitam que o Boeing 777, que decolou de Kuala Lumpur com destino a Pequim pouco depois da meia-noite em 8 de março, foi deliberadamente desviado milhares de quilômetros de sua rota programada. Eles dizem que estão se concentrando em sequestro ou sabotagem, mas não descartaram a possibilidade de problemas técnicos.
A investigação aumentou as tensões entre a China e a Malásia, com Pequim pressionando repetidamente a nação do Sudeste Asiático a intensificar a sua missão e fazer um trabalho melhor em consideração aos parentes dos passageiros chineses, que são maioria no avião.
Hishammuddin rejeitou as denúncias de que o país não estava se esforçando e se recusando a compartilhar informações vitais com outros governos.
Para as famílias dos passageiros, o processo provou ser uma batalha emocionalmente desgastante para obter informações - a angústia deles tem sido alimentada por um fluxo constante de especulação e pistas falsas.
Alguns especialistas argumentam que a relutância em compartilhar dados sensíveis de radar e capacidades em uma região repleta de suspeitas em meio à ascensão militar da China e disputas territoriais pode ter prejudicado as buscas.
Duas pessoas familiarizadas com a investigação disseram que a busca está sendo lenta em alguns casos por atrasos na papelada necessária para permitir que aviões estrangeiros de vigilância marítima façam voos sobre águas territoriais sem um pedido diplomático formal.