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Droga para espasmos é bem-sucedida contra alcoolismo

Medicamento foi bem-sucedido em um teste preliminar com 132 pessoas

Os efeitos colaterais, porém, incluem fadiga, sonolência, insônia, tontura e problemas digestivos. (Kristian Rasmussen / Stock Xchng)

Os efeitos colaterais, porém, incluem fadiga, sonolência, insônia, tontura e problemas digestivos. (Kristian Rasmussen / Stock Xchng)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2012 às 14h05.

São Pualo - Uma droga criada para tratar espasmos nervosos também pode ser usada no combate ao alcoolismo, afirmaram médicos da Universidade de Paris-Descartes, em estudo publicado nesta terça-feira no periódico Alcohol and Alcoholism. O medicamento foi bem-sucedido em um teste preliminar com 132 pessoas. Os efeitos colaterais, porém, incluem fadiga, sonolência, insônia, tontura e problemas digestivos.

O baclofen - nome laboratorial do medicamento comercializado como Kemstro, Lioresal ou Gablofen - agora deve passar por testes clínicos maiores, afirmaram os cientistas. O medicamento tem 50 anos. Ele foi originalmente criado para tratar a epilepsia, antes de ser licenciado para casos de espasticidade (rigidez na musculatura de braços e das pernas, que muitas vezes dificulta os movimentos).

O interesse no novo uso do medicamento teve início em 2008, quando o cardiologista Olivier Ameisen afirmou ter tratado a si próprio de alcoolismo com altas doses de baclofen, em seu livro O Fim do Meu Vício (Ed. Fontanar).

Para avaliar a descrição de Ameisen, o teste preliminar foi realizado com bebedores contumazes que ingeriram baclofen em altas doses durante um ano: 80% ficaram abstêmios ou se tornaram bebedores moderados. Para efeito de comparação, duas drogas comumente usadas para tratar alcoólicos, naltrexona e a acamprosato, obtiveram uma taxa de sucesso entre 20% e 25%.

O coordenador da pesquisa, Philippe Jaury, disse que o resultado abriu as portas para testes clínicos com duração de um ano, a partir de maio. A amostragem agora será de 320 alcoólatras, divididos em dois grupos. Uma parte receberá baclofen, com doses que aumentariam gradativamente até que os sintomas de abstinência desapareçam, enquanto a outra receberá um placebo.

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