Tecnologia

Dona da Nextel na América Latina não desistirá de unidade no Brasil

A NII Holdings vai reestruturar seus negócios nos principais mercados no México e no Brasil, disse a primeira das duas fontes

Nextel (Getty Images)

Nextel (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 14h24.

A NII Holdings, dona da marca Nextel na América Latina, vai manter sua unidade brasileira mesmo após a companhia ter pedido proteção contra a falência nos Estados Unidos e vendido outras operações na América Latina.

Para promover uma mudança no Brasil, a operadora está contando com regulações e espectro de transmissão que, por conta de sua pequena participação de mercado, podem lhe dar vantagens competitivas indisponíveis a grandes rivais.

Tais vantagens desapareceriam se a Nextel Brasil se unir com uma operadora maior, um dos motivos pelos quais negociações sobre uma aquisição nunca se concretizaram, apesar de uma onda de consolidação no mercado brasileiro, segundo duas fontes com conhecimento direto da situação.

A NII Holdings, que já vendeu suas operações no Chile e no Peru e está buscando sair da Argentina, vai reestruturar seus negócios nos principais mercados no México e no Brasil, disse a primeira das duas fontes.

"No Brasil, o objetivo não é perseguir uma rápida solução e vendê-la", disse uma fonte. Ambas as pessoas pediram anonimato devido à sensibilidade dos procedimentos ligados ao pedido de proteção contra falência.

Após pedir a proteção contra credores em um tribunal de falência em Nova York na segunda-feira, a NII Holdings disse que suas subsidiárias no Brasil, México e Argentina continuarão com os "negócios normalmente" e não participarão do processo.

A NII Holdings, que teve a nona perda trimestral seguida no segundo trimestre, se recusou a comentar mais sobre o assunto.

VANTAGENS REGULATÓRIAS

A Nextel Brasil disse em comunicado na segunda-feira que "está confiante em sua perspectiva de crescimento e reafirma seu compromisso em executar suas atividades no país".

A companhia tem poucas outras opções. As quatro principais operadoras do Brasil e empresas de private equity tinham chance de avaliar os números da Nextel, mas nenhuma fez oferta vinculante, disse uma das fontes.

Com a Nextel fora da consolidação do setor, a Oi e a América Móvil devem seguir focados nas conversas para fatiar a rival TIM Participações, controlada pela Telecom Italia. A Telefónica Brasil também pode participar de oferta conjunta pela TIM, disseram fontes à Reuters.

Oi, América Móvil, TIM e Telefónica controlam cada uma entre 19 e 29 por cento do mercado de telefonia móvel do Brasil, enquanto a Nextel vem em quinto lugar, com cerca de 1 por cento.

A Nextel teve ajuda de reguladores brasileiros, que isentam pequenas operadoras de taxas de interconexão, permitindo que elas ofereçam planos mais competitivos a assinantes. Ela também está construindo sua rede de Internet 4G nas maiores cidades do Brasil com espectro que rivais maiores não podem usar sem exceder limites regulatórios.

Para expandir sua cobertura 3G, a Nextel fechou um acordo de compartilhamento de redes com a Telefónica por cinco anos em maio. O acordo deu à Nextel alcance nacional, mas sua própria infraestrutura 3G e 4G ainda é limitada.

A rede da Nextel não atraiu potenciais compradores pois grande parte dela ainda é dedidada a tecnologia de décadas atrás que deixa seus consumidores usarem seus telefones como walkie-talkies. Smartphones agora têm um leque de opções de serviços de mensagens instantâneas que deixaram a função, chamada de "push-to-talk", obsoleta para a maioria dos usuários.

 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrises em empresasDados de BrasilEmpresasEmpresas americanasEstados Unidos (EUA)INFONextelPaíses ricosServiços

Mais de Tecnologia

Intel descarta venda de participação na Mobileye e ações da empresa disparam

YouTube expande anúncios em vídeos pausados para todos os anunciantes

Kremlin volta a usar YouTube, enquanto restringe o acesso de russos à plataforma

Netflix atinge 94 bilhões de horas assistidas no primeiro semestre de 2024, afirma CEO