Drones da DJI são usados por cineastas, agricultores, bombeiros e até agências governamentais destinadas à aplicação das leis (Divulgação)
Redator
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 11h44.
A DJI, líder no mercado de drones nos Estados Unidos, com mais de 70% de participação no setor comercial, está correndo contra o tempo para evitar a proibição de suas operações no país. Com prazo limite até o final do ano, a empresa chinesa enfrenta dificuldades para conseguir respostas em Washington, apesar de ter contratado uma equipe de lobbyistas e enviado um executivo da Austrália para tratar do assunto.
Adam Welsh, chefe de políticas globais da DJI, expressou frustração, afirmando que, apesar dos esforços, as ligações e os e-mails não têm sido respondidos. Assim como o TikTok, a empresa enfrenta preocupações sobre a segurança dos dados que coleta nos EUA, com suspeitas de que esses eles possam ser compartilhados com o governo chinês.
No ano passado, o Congresso dos EUA inseriu uma disposição no projeto de lei de defesa exigindo que os drones da DJI passem por auditorias de segurança nacional, especialmente para avaliar os riscos relacionados à coleta de dados e à adesão da empresa às leis chinesas.
Se os resultados das auditorias confirmarem preocupações de segurança – ou se nenhuma auditoria for realizada –, os drones podem ser adicionados à lista de tecnologias proibidas pela Comissão Federal de Comunicações (FCC), impedindo sua venda ou importação para os EUA.
Em resposta, a DJI afirmou que está disposta a passar pela auditoria, mas ainda não sabe a quem recorrer para realizá-la. A lei exige que o processo seja conduzido pela “agência de segurança nacional apropriada”, o que pode incluir o Departamento de Defesa (DoD) ou outras agências de inteligência.Mais baratos que os fabricados pelos concorrentes norte-americanos, os drones da DJI são usados por cineastas, agricultores, bombeiros e até agências governamentais destinadas à aplicação das leis.
A DJI também enfrenta desafios relacionados a uma parceria com a Anzu Robotics, sediada no Texas, mas acusada de ser uma "empresa de fachada" para evitar restrições governamentais.
Welsh passou quase duas semanas em Washington em julho, tentando agendar reuniões com legisladores e agências de inteligência, mas encontrou entraves com políticos de ambos os partidos.
Isso porque a resistência à DJI é bipartidária. Figuras da oposição, como o deputado democrata Frank Pallone Jr., pressionam para que a empresa seja incluída na lista de tecnologias proibidas, citando preocupações de segurança nacional.
No entanto, algumas forças policiais continuam utilizando os drones da DJI, argumentando que os dispositivos são essenciais em tarefas como resgates e monitoramento de emergências.