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Distanciamento social na cirurgia: médicos fazem operação usando robô e 5G

Cirurgia foi feita em cadáver a 15 quilômetros de distância do médico e traz boas perspectivas para a medicina durante e depois da pandemia do coronavírus

Cirurgia: segundo pesquisadores, operação remota foi um sucesso (Morsa Images/Getty Images)

Cirurgia: segundo pesquisadores, operação remota foi um sucesso (Morsa Images/Getty Images)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 15 de julho de 2020 às 12h42.

Médicos italianos conseguiram realizar com sucesso uma cirurgia remota em um cadáver utilizando robôs controlados por computadores. A operação aconteceu a 15 quilômetros de distância deles usando o 5G. A tecnologia pode ser uma boa opção para cirurgias em tempos do novo coronavírus.

A preparação inicial do cadáver foi feita pessoalmente, no hospital --- o que incluiu até a ligação das ferramentas que seriam usadas para realizar a cirurgia remotamente. Depois disso, um médico começou a operação nas cordas vocais do corpo usando lasers e fórceps controlados remotamente. Segundo o estudo publicado na revista científica Annals of Internal Medicine, o profissional usou uma espécie de óculos de realidade virtual para visualizar a operação em 3D e conseguir controlar todos os dispositivos, enquanto o "paciente" foi assistido por um sistema de laser, um braço de robô com o fórceps e uma câmera em 3D.

Tudo isso foi passado pela rede 5G, como se fosse um download ultra rápido de um aplicativo em seu celular.

A cirurgia, no final, foi um sucesso e teve um atraso de apenas 280 milissegundos entre os comandos do médico e as respostas do robô. 

Essa não é a primeira cirurgia realizada remotamente, visto que, há 19 anos, um paciente que estava em Estrasburgo, na França, foi operado por médicos em Nova York, nos Estados Unidos --- mas a tecnologia ficou parada por anos por falta de investimentos. Apesar disso, é a primeira feita com o 5G, que vem crescendo no mundo todo.

Os pesquisadores concluem o estudo mostrando que a comunicação em 5G é bastante efetiva para permitir cirurgias remotas e pode ser um bom ponto no futuro. Mas, em entrevista ao site americano Inverse, um dos médicos afirma que "ainda existem detalhes que precisam ser trabalhados".

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