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Celulares e laptops podem ser hackeados durante a Copa na Rússia

Contra-espião dos EUA alerta viajantes para não levarem dispositivos eletrônicos ao Mundial pois eles podem ser hackeados por criminosos ou pelo governo

Investigação: o alerta de Evanina acontece enquanto a inteligência dos EUA, autoridades policiais e parlamentares ainda investigam os ataques cibernéticos nas eleições de 2016 (Fabrizio Bensch/Reuters)

Investigação: o alerta de Evanina acontece enquanto a inteligência dos EUA, autoridades policiais e parlamentares ainda investigam os ataques cibernéticos nas eleições de 2016 (Fabrizio Bensch/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de junho de 2018 às 10h29.

Última atualização em 13 de junho de 2018 às 10h42.

Washington - A principal autoridade norte-americana de contra-inteligência está aconselhando norte-americanos que viajarão à Rússia para a Copa do Mundo, que começa nesta semana, que eles não deveriam levar dispositivos eletrônicos pois esses aparelhos poderiam ser hackeados por criminosos ou pelo próprio governo russo.

Em um comunicado à Reuters na terça-feira, William Evanina, um agente do FBI e diretor do Centro de Segurança e Contra-inteligência dos Estados Unidos, alertou aos que irão ao Mundial na Rússia de que mesmo que eles pensem ser insignificantes, os hackers ainda podem atacá-los.

"Se você está planejando levar um telefone celular, laptop, PDA, ou qualquer outro dispositivo eletrônico com você - não tenha dúvidas - quaisquer dados naqueles dispositivos (especialmente suas informações pessoais) podem ser acessadas pelo governo russo ou por cybercriminosos", disse.

"Autoridades corporativas e governamentais são as que estão em maior risco, mas não assuma que você é muito insignificante para ser atacado", acrescentou Evanina. "Se você consegue viver sem o dispositivo, não leve. Se você precisa de um, leve um aparelho diferente do seu normal e remova a bateria quando não estiver usando."

O alerta de Evanina acontece enquanto a inteligência dos EUA, autoridades policiais e parlamentares ainda investigam os ataques cibernéticos nas eleições de 2016 e se alguém na campanha do presidente Donald Trump sabia do fato ou ajudou. Trump repetidamente nega ter havido qualquer tipo de colaboração e a Rússia afirma que não interferiu nas eleições norte-americanas.

Uma outra autoridade norte-americana, falando em condição de anonimato, disse que agências de Segurança britânicas emitiram alertas semelhantes ao público britânico e à seleção inglesa de futebol, que irá competir no Mundial.

Em nota, o Centro Nacional de segurança virtual britânico disse que estava "disponibilizando conselhos de segurança de especialistas para a Associação de Futebol antes de sua partida para a Rússia para a Copa do Mundo da Fifa 2018".

O NCSC, um braço do Quartel General de Comunicações do Governo (GCHQ), a agência de vigilância eletrônica britânica, também emitiu um alerta ao público.

O especialista privado em segurança virtual Patrick Wardle disse que os avisos oficiais constituíam "bons conselhos". "Quando eu viajo à Rússia, eu levo dispositivos 'descartáveis', então se eles são hackeados, não importa muito."

Um dispositivo descartável é tipicamente comprado para uso temporário, e então descartado.

Agências norte-americanas já emitiram alertas semelhantes antes de outros grandes eventos esportivos, incluindo recentemente nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul.

 

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