David Miranda (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.
Londres - Autoridades britânicas disseram nesta terça-feira que o uso da lei antiterrorismo para deter o companheiro brasileiro de um jornalista que denunciou os programas de vigilância britânicos e dos EUA com base em vazamentos de Edward Snowden foi "legal e processual".
O brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, foi interrogado durante nove horas no domingo no aeroporto de Heathrow, em Londres, antes de ser liberado sem acusações. O incidente despertou cobranças por explicação de por que os poderes antiterrorismo foram usados para detê-lo.
O Serviço de Polícia Metropolitana britânico (MPS, na sigla em inglês) disse em um comunicado que a investigação do homem de 28 anos era "necessária e proporcional", e que ele teve a oferta de um representante legal e foi assistido por um advogado.
"Não foi recebida nenhuma reclamação pelos MPS até o momento", disse o comunicado.
Miranda foi detido sob o Artigo 7º da Lei Antiterrorismo de 2000, que permite à polícia deter e interrogar pessoas que viajam através dos portos e aeroportos para determinar se elas estão envolvidos no planejamento de atos terroristas.
O MPS disse que há salvaguardas para garantir que os poderes previstos no Artigo 7º sejam usados "de forma adequada e proporcional".
O jornal Guardian, que publica reportagens escritas por Greenwald, disse nesta segunda-feira que estava "consternado" com a detenção de Miranda e que cobraria as autoridades britânicas por esclarecimentos.