Redatora
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 14h49.
Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 14h53.
A proporção de desenvolvedores que estão trabalhando em jogos para computador cresceu, segundo o relatório State of the Game Industry 2025 da GDC. Neste ano, 80% dos programadores disseram estar fazendo jogos para computadores, em comparação com 66% dos ano passado. Os computadores costumam ser uma plataforma dominante no mercado de jogos, mas este ano sua preponderância cresceu ainda mais.
"A razão exata para esse salto é incerta, mas pode estar conectada com o aumento de popularidade do Steam Deck", afirma o relatório. Esses são aparelhos de jogos portáteis que proporcionam experiência similar a de um console. Porém, outros desenvolvedores enxergam o Steam Deck como uma plataforma única, que não entre na categoria dos PCs.
O desenvolvimento de jogos para celular cresceu pela primeira vez desde 2020, com 29% dos desenvolvedores fazendo jogos para Android e 28% para iOS. Grande parte disso é no Brasil, e em regiões da Ásia, onde metade dos desenvolvedores contam que trabalham com jogos para mobile.
Uma das maiores surpresa deste ano tende a ser o desenvolvimento de games para navegadores, que chegou a maior porcentagem de desenvolvedores envolvidos com a plataforma da última década. 16% disseram que estão trabalhando com jogos para navegadores. Esse número foi de 9% no ano passado e 11% no ano anterior.
O relatório também questionou os desenvolvedores em relação ao interesse em plataformas de realidade aumentada e realidade virtual. A Meta Quest/Horizon Store ficou em primeiro lugar, citada 63% das vezes como de interesse desses profissionais. Também se destacaram Steam VR (45%), Apple VisionOS (26%), PlaySation VR/VR2 (25%) e Apple ARKit (12%).
A inteligência artificial generativa já tem chegado à indústria de jogos e desagradado desenvolvedores, segundo o relatório. Apenas 13% acreditam que a tecnologia poderá ter impacto positivo na indústria, sendo que no anterior essa proporção era de 21%. Outros 30% disseram que a IA generativa terá impacto negativo, um aumento de 12 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior.
O estudo mostra que 1500 desenvolvedores demonstraram apreensão com a IA generativa. Entre as principais preocupações dele estão: roubo de propriedade intelectual, consumo de energia, qualidade do conteúdo gerado por IA, viés e assuntos regulatórios. Além disso, muitos mencionaram o medo de perder o emprego.
Mais da metade dos desenvolvedores (52%) trabalham em companhias que utilizam ferramentas de IA generativa. Um terço (36%) dos desenvolvedores dizem usar essas ferramentas eles mesmos, ante 31% do ano anterior.
Os profissionais apontaram que a IA pode ser aplicada em tarefas como assistência na codificação, arte conceitual e geração de modelos 3D, bem como automação de tarefas repetitivas. No entanto, a palavra mais usada nessas respostas era "nenhuma".
Embora o uso de IA tenha aumentado, o interesse nela diminuiu. 9% dos desenvolvedores dizem que suas companhias estão interessadas em IA, em comparação com 15% do ano passado.
Com o avanço da IA, mais companhias estão criando politicas internas para o uso da tecnologia. Agora, 64% dos desenvolvedores afirmam que trabalham em empresas onde há essas políticas, ante 51% em 2024. Mas também aumentou o número de empresas que requerem o uso de IA generativa, apesar desse número ser de 4%.