Tecnologia

Desentendimento impede instalação de wi-fi em seis estádios

Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal alega que não houve autorização para instalar as estruturas necessárias


	Itaquerão: em 6 estádios, torcedores contarão apenas com reforço para transmissão de 3G e 4G
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Itaquerão: em 6 estádios, torcedores contarão apenas com reforço para transmissão de 3G e 4G (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 15h52.

Brasília - Dos 12 estádios que vão sediar jogos da Copa do Mundo, seis não terão reforço do sinal de internet com redes sem fio (wi-fi), por falta de acordo entre as operadoras de telefonia e as administrações dos estádios.

Na Arena Corinthians (São Paulo), Arena Pernambuco (Recife), Arena das Dunas (Natal), no Estádio Castelão (Fortaleza), Mineirão (Belo Horizonte) e na Arena da Baixada (Curitiba), os torcedores contarão apenas com o reforço nas antenas de telefonia móvel para transmissão de voz e dados (3G e 4G).

O Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil) alega que não houve autorização para instalar as estruturas.

O diretor-executivo da entidade, Eduardo Levy, disse que os estádios optaram por ter rede própria de wi-fi para, provavelmente, usá-la em rede comercial.

A administração da Arena Castelão, em Fortaleza, disse que nunca recebeu proposta formal de operadora para a instalação de wi-fi no estádio.

“As empresas de telefonia instalaram as antenas para uso das redes 3G e 4G que funcionam a contento. Nunca fizeram uma proposta para se chegar a um acordo real de instalação de rede wi-fi”, informou a assessoria de imprensa do Castelão.

A administração do estádio oferece acesso gratuito a rede wi-fi para profissionais de imprensa que atuam na cobertura dos jogos, mediante distribuição prévia de logins e senhas.

A concessionária que administra o Mineirão esclareceu que cedeu, há mais de um ano, uma área exclusiva com mais de 200 metros quadrados (m²) para instalação dos equipamentos e disponibilizou a infraestrutura do estádio para passagem de cabos, instalação de antenas e alimentação elétrica.

“Este acordo comercial foi validado pela concessionária com valor inferior ao que era pago anteriormente pelas operadoras à antiga administradora do estádio”, informou.

A concessionária também reiterou que estará aberta à negociação para a instalação das opções de rede wi-fi após a solução de pendências nos contratos com as empresas de telefonia.

A Arena Pernambuco informou que, na realização dos jogos do Náutico e em outros eventos, oferece rede wi-fi para diversos serviços operacionais, área de imprensa e de público.

Mas o serviço será desligado durante a Copa do Mundo, por solicitação da Fifa. Já a Secretaria Especial da Copa de Pernambuco (Secopa-PE) disse que conta com rede de internet sem fio em todas as áreas exigidas pela Fifa, mas a rede não abrange a área de espectadores.

“A negociação entre a empresa Claro e o administrador do estádio (Consórcio Arena Pernambuco) não se confirmou para essa área, já que não se trata de uma exigência da Fifa para o Mundial”, diz a Secopa-PE.

A Agência Brasil também procurou as administrações da Arena Corinthians (São Paulo), da Arena da Baixada (Curitiba) e da Arena das Dunas (Natal), mas não obteve resposta dos estádios.

Apesar de ainda não ter conseguido instalar a rede wi-fi em seis estádios, a expectativa das operadoras de telefonia é positiva.

“A rede wi-fi é um complemento. É um plus em um projeto eficiente que foi feito para celular”, disse Levy destacando que o projeto é superior ao feito para as Olimpíadas de Londres.

Após participar de audiência pública no Senado, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse ter sido informado de que a administração Arena Corinthians manifestou interesse em instalar wi-fi, mas cobrar pelo serviço.

Segundo Paulo Bernardo, o governo não vai intervir na negociação entre as operadoras de telefonia e os administradores dos estádios para a instalação do wi-fi, pois essa é uma questão comercial e privada.

“É uma negociação privada, e o governo não vai fazer lobby nem para o dono do estádio nem para as teles”, disse o ministro.

Apesar disso, o ministro tem feito elogios públicos à solução encontrada pelo governo do Distrito Federal – que é responsável pelo Estádio Nacional Mané Garrincha – para a questão. “Esse estádio fez acordo com cinco empresas. Cada uma [das operadoras] paga R$ 2,5 mil por mês. Isso significa R$ 12,5 mil de receita mensal.”

Em diversos momentos, o ministro tem ressaltado a importância de redes sem fio para o aumento da capacidade de transmissão de dados nos estádios. “Quando você vai no réveillon no Rio, no carnaval no Rio, na Bahia, em Recife, fica muito difícil usar rede de dados. Todo mundo quer usar, quer mandar foto para a mamãe no Facebook. Mas isso sobrecarrega a rede. É para melhorar isso que se precisava dos pontos de wi-fi”, diz o ministro.

Nos outros estádios - Brasília (Mané Garrincha), Rio de Janeiro (Maracanã), Salvador (Arena Fonte Nova), Cuiabá (Arena Pantanal), Manaus (Arena da Amazônia) e Porto Alegre (Beira-Rio) - a rede wi-fi estará disponível.

Com a rede wi-fi, o usuário pode acessar a internet gratuitamente, do interior dos estádios. O acesso será livre e sem senhas. Basta ativar o wi-fi do smartphone. A ideia é reforçar o sinal nos estádios durante os jogos, quando muitos torcedores querem acessar as redes de dados e de celulares.

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