Tecnologia

Deputados podem viajar a Moscou para conversar com Snowden

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a viagem de uma comissão parlamentar a Moscou para conversar com Edward Snowden

Snowden (Reuters)

Snowden (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 17h43.

Brasília -  A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira a viagem de uma comissão parlamentar a Moscou para conversar com o ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden sobre as atividades de espionagemdo órgão a cidadãos e empresas brasileiras.

A criação da delegação foi aprovada por unanimidade pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara, mas a viagem ainda depende da aprovação pelo governo da Rússia do encontro entre os parlamentares brasileiros com Snowden, segundo o serviço de notícias da Câmara.

Snowden recebeu asilo temporário na Rússia depois de permanecer mais de um mês refugiado no aeroporto de Moscou. O presidente da Comissão, deputado Nelson Pelegrino (PT), informou que transmitirá o pedido à embaixada russa em Brasília o mais rápido possível.

A Comissão abriu na semana passada uma investigação para estabelecer a veracidade das denúncias que afirma que a NSA espionou as comunicações eletrônicas e telefônicas da presidente Dilma, de seus principais assessores e da Petrobrás.

As denúncias estão apoiadas em documentos que Snowden entregou ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "Guardian", que mora no Rio de Janeiro. "As informações são gravíssimas e demonstram a total vulnerabilidade a que está submetida à privacidade de milhões de brasileiros", afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL), que propôs o envio do grupo a Moscou.

"Esse novo capítulo revela o forte interesse econômico dos Estados Unidos em setores estratégicos da economia brasileira. Snowden é responsável pela divulgação de uma das maiores redes de espionagem da história mundial", disse o deputado.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, Dilma disse que a espionagem da Petrobras, se confirmada, joga por terra as alegações de Washington de que a motivação é a luta contra o terrorismo. Na semana passada o governo brasileiro convocou o embaixador dos EUA, Thomas Shannon, e exigiu "explicações rápidas e por escrito".

Dilma falou pessoalmente sobre o assunto com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a reunião de líderes do G20 em São Petersburgo, na semana passada. Depois de um encontro privado ela disse que ele se comprometeu a investigar e dar explicações. A presidente condicionou a visita de Estado prevista a Washington dia 23 de outubro a essas explicações.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaINFORússiaseguranca-digital

Mais de Tecnologia

Muito além dos chatbots: como a inteligência artificial está ampliando a acessibilidade digital

Dois anos depois, Meta mantém vivos ideais do antigo Twitter com Threads integrado ao Fediverse

Startup de US$ 12 bilhões de Mira Murati, ex-OpenAI, tem investimentos da Nvidia e Jane Street

BYD lidera vendas na China com mais de 2,1 milhões de carros no 1º semestre de 2025