Nelson Pellegrino (Marcello Casal Jr./ABr)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h26.
Brasília - O deputado Nelson Pellegrino, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal, disse nesta segunda-feira que considera "gravíssimas" as denúncias de que os Estados Unidos espionaram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores diretos.
Por conta das informações, veiculadas em uma reportagem na "Rede Globo" neste domingo, Dilma convocou ministros para duas reuniões de emergência no Palácio do Planalto na manhã de hoje.
"Se confirmado que a presidente foi espionada, estaremos diante de um episódio inaceitável de violação da soberania nacional", disse Pellegrino, que se disse aberto a debater o assunto na próxima reunião da comissão que lidera.
A denúncias levadas ao ar no programa "Fantástico" são baseadas em documentos da Agência Nacional de Segurança americana, divulgados pelo ex-técnico da CIA,Edward Snowden. Neles, são reveladas informações sobre espionagem contra o então candidato à presidência mexicana Enrique Peña Nieto e Dilma Rousseff.
A reportagem foi realizada em conjunto com Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "The Guardian", que mora no Rio de Janeiro e cujo companheiro, o brasileiro David Miranda, foi retido em Londres pela polícia do país. O incidente ocorrido duas semanas atrás, gerou incidente entre o Brasil e o Reino Unido.
De acordo com os documentos, sistemas de informática permitiram que a Agência Nacional de Segurança tivesse acesso aos conteúdos de conversas telefônicas e e-mails de Dilma com seus principais assessores.
Hoje, segundo a Agência Brasil, a primeira reunião da presidente teve a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito, e da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho. A segunda, logo em seguida, teve, além de Cardozo, os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Defesa, Celso Amorim, e das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência, as duas reuniões já terminaram. Após os encontros, nenhum dos representantes do governo deu qualquer declaração.
Ainda de acordo com a Agência Brasil, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, foi hoje ao Itamaraty prestar esclarecimentos sobre o tema ao chanceler Figueiredo Machado. Depois da reunião, Shannon saiu sem falar com a imprensa.