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De onde vêm os novos sabores

Pedidos do consumidor são fontes de ideias para gostos mirabolantes que aparecem no mercado

Gostos precisam combinar para dar origem a um novo produto (Zsuzsanna Kilian / Stock Xchng)

Gostos precisam combinar para dar origem a um novo produto (Zsuzsanna Kilian / Stock Xchng)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2011 às 12h20.

São Paulo – Quando você pensa em frango à passarinho, o que vem à sua mente: um prato suculento com pedaços de ave empanada ou um pacote de salgadinhos? Se você escolheu a segunda opção, é sinal de que já se rendeu aos sabores inusitados que a indústria de alimentos industrializados vem incorporando ao seu cardápio. Sabores complexos, como carne assada ou frapê de nozes, são sintetizados e “transferidos” para salgadinhos e bebidas. E a lista de gostos improváveis que hoje estão nas prateleiras só cresce.

A inspiração para os novos sabores pode parecer duvidosa, mas, na maioria das vezes, vem dos próprios clientes. Ela pode vir de pesquisas de mercado, tendências observadas em outros países, contato com consumidores e bancos de dados com ideias de dentro e de fora da empresa.

Segundo Karina Teixeira, diretora de pesquisa e desenvolvimento da Unilever, o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) é muito usado como fonte de ideias para criar novos sabores para a marca Ades. “O consumidor dessa categoria de bebidas de soja interage muito, é muito participativo”, afirma. A partir de pesquisas com o público – além de sugestões de fornecedores e da análise do mercado em outros países –, a marca trouxe para seu cardápio sabores como frapê de coco, vitamina de banana, cappuccino e limonada suíça.

A Pepsico vai além e chega a criar sabores customizados para sua linha de alimento de acordo com cada geografia. De acordo com Sérgio Júlio, diretor de pesquisa e desenvolvimento da companhia, as preferências de cada região do país são analisadas na hora de lançar novos sabores. Um exemplo é o Fandangos sabor churrasco, que só é comercializado no Nordeste. Até o final do ano, a empresa planeja lançar dois sabores apenas para essa região, que ainda não podem ser revelados.


Mão na massa

Depois que as ideias para novos produtos são coletadas, elas passam por uma peneira interna, para ver quais têm o potencial para virar um novo sabor no mercado. É aí que entram chefs de cozinha e especialistas em gastronomia, para testar diferentes misturas, receitas e combinações que vão dar origem ao novo gosto.

“Para criar a batata Sensações sabor Mediterrâneo, a gente chamou chefs de cozinha para tentar entender as combinações de ervas que iam bem com a base de batata neutra. A partir daí, a gente não cria um só produto, mas de seis até dez”, diz Sérgio Júlio. Essa fase serve para ver qual sabor pode agradar mais o consumidor. Uma vez que se chega ao gosto ideal, ele é sintetizado em laboratório e aplicado ao produto original (no caso, a batata). Depois, são feitos testes com consumidores e, assim que aprovado, o produto vai para as prateleiras.

Mas nem todo sabor dá certo na hora de ser adicionado a outro alimento ou bebida. Karina Teixeira afirma que há sabores que não combinam com o gosto base da soja em Ades. Um exemplo é o caju, que não rende bons frutos quando aplicado à bebida, apesar de ser um suco bastante popular.

Entre mortos e feridos, salvam-se os novos sabores que chegam às prateleiras, desafiando o paladar dos consumidores e convidando-os a rever conceitos. Afinal, a cada mordida que você der naquele salgadinho de frango a passarinho, ele pode parecer menos esquisito e mais apetitoso.

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