Tecnologia

De olho na nuvem, Logicalis compra parte da operação de startup paulista

Gigante britânica do setor de tecnologia da informação, a Logicalis faturou quase 2 bilhões de dólares em 2019. A meta é ampliar seus negócios no Brasil

Logicalis: Rodrigo Parreira é responsável pelas operações da empresa na América Latina (Logicalis/Divulgação)

Logicalis: Rodrigo Parreira é responsável pelas operações da empresa na América Latina (Logicalis/Divulgação)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 6 de agosto de 2020 às 08h00.

Última atualização em 6 de agosto de 2020 às 11h20.

A Logicalis irá anunciar nesta quinta-feira, 5, a aquisição de parte das operações da startup brasileira Kumulus. A informação, obtida com exclusividade pela EXAME, é de que a operação vai permitir que a empresa britânica de tecnologia da informação adquira 30% do negócio da Kumulus, que presta serviços de computação em nuvem e gerenciamento de dados no país desde 2017. Os valores do negócio não foram revelados.

Fundada em São Paulo no ano de 2017 por Marcelo Cauduro e Thiago Caserta, empreendedores com passagens por gigantes como Microsoft  Oracle, a Kumulus já conta com escritório em Campinas, além de operações em Miami, nos Estados Unidos. Na carta de clientes estão empresas como o banco Santander, a operadora de telefonia Vivo, além de outros nomes conhecidos como a fabricante de chocolates Kopenhagen, a prestadora de serviços médicos Fleury e o grupo de laticínios Italac.

Apesar da venda das ações, a Kumulus não passa ser controlada pela Logicalis. A startup paulista que tem cerca de 80 funcionários continuará a operando de forma independente, mas prestará serviços especiais para sua nova acionista. O plano é utilizar os serviços de computação em nuvem desenvolvidos pela startup para acelerar a transformação digital de seus clientes com as migrações de dados em sistemas como ERP e CRM.

A nova aquisição é uma estratégia da Logicalis impulsionar sua operação na América Latina e principalmente no Brasil. As operações da companhia no país resultaram em 1,5 bilhão de reais (aproximadamente 283 milhões de dólares no câmbio atual), uma fatia relevante dos 616 milhões de dólares de receita total obtida em todo o continente. No mundo, a empresa que tem operações em 26 países, faturou 1,7 bilhão de dólares no passado com margem Ebitda de 7,3% - alta de 33% ante 2018.

A pandemia do coronavírus atrapalhou a companhia na busca por mais resultados positivos. Segundo Rodrigo Parreira, diretor executivo da Logicalis na América Latina, “a previsão inicial era de bastante crescimento, mas isso não está se materializando”. A expectativa é de que o mercado se recupera em 2021, com a volta de grandes empresas aos negócios. Para o ano que vem, a expectativa é de crescimento acima de 20%.

Crescer por aqui é uma das metas da nova direção. Em 2019, a empresa anunciou que o então diretor executivo Markv Rogers seria substituído por Robert Bailkoski. A transição ocorreu no dia 1º de março deste ano. Roger chegou à companhia em 2003 e era nome a frente das operações de 2015. Com a mudança, Rogers passa agora a executar a função de diretor não executivo do negócio. Já Bailkoski era o atual de operações, já tendo ocupado o cargo de diretor financeiro.

Computação em nuvem é um mercado estratégico para os grandes competidores do setor de tecnologia da informação. Dados da consultoria Gartner apontam que a receita obtida com nuvens públicas crescera 17% em 2020 chegando a 266,4 bilhões de dólares. Em relatório recente da Information Services Group (ISG) sobre a adoção de um modelo híbrido de data center em nuvem pelas empresas, a Logicalis é descrita como uma "estrela em ascensão” ao lado de companhias como Matrix, Nutanix, OData e T-Systems.

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