Em Cuba, o acesso à rede está restrito principalmente a funcionários do governo, acadêmicos e empresários estrangeiros (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2011 às 09h47.
Havana - Cuba não vê "nenhum obstáculo político" para abrir o acesso da população à Internet, disse hoje o vice-ministro de Comunicações, Jorge Luis Perdomo.
A afirmação ocorre na semana em que um cabo de fibra ótica venezuelano entrará em operação e aumentará a velocidade de conexão na ilha.
No entanto, Perdomo disse que o novo cabo não será uma "varinha mágica" e que ainda falta investimento em infraestrutura para disponibilizar o acesso à Internet na casa dos cubanos.
"Não há nenhum obstáculo político... que possa deter esse processo", disse Perdomo a jornalistas ao ser perguntado se Cuba abrirá o acesso à Internet à população.
"Existe total vontade do governo... de seguir desenvolvendo o setor das telecomunicações em função do desenvolvimento econômico e social do país, incluindo as instituições, a população e todos os atores da sociedade", acrescentou ele.
Cuba tem uma das taxas de conexão mais baixas do hemisfério. O acesso à rede está restrito principalmente a funcionários do governo, acadêmicos e empresários estrangeiros.
Segundo dados oficiais, Cuba tinha 1,6 milhão de usuários em 2009, ou 14,2 para cada 100 habitantes. Mas a maioria não tem acesso pleno à Internet --somente a e-mail e a uma intranet com páginas selecionadas pelo governo.
Cuba atribui suas limitações de conexão ao embargo comercial imposto pelos Estados Unidos, que obrigou a ilha a utilizar uma ligação por satélite, mais lenta e cara do que uma conexão física.
Nesta semana, um cabo de fibra ótica de 1.600 quilômetros entre Cuba e Venezuela entrará em operação, aumentando em 3 mil vezes a velocidade de transmissão de dados da ilha.