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Crise no amor? Tinder prevê estagnação do negócio nos próximos anos

Previsão financeira faz empresa recalcular rota; meta é atrair usuários que buscam relacionamentos mais duradouros

Tinder: aplicativo de relacionamento mais usado no mundo (Jakub Porzycki/Getty Images)

Tinder: aplicativo de relacionamento mais usado no mundo (Jakub Porzycki/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 15 de dezembro de 2024 às 14h09.

Última atualização em 16 de dezembro de 2024 às 10h22.

O Tinder, principal aplicativo de relacionamento da controladora Match Group, anunciou que priorizará a melhoria da experiência do usuário em detrimento de estratégias agressivas de monetização.

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A mudança, segundo a CEO Faye Iosotaluno, visa afastar a imagem de aplicativo focado em encontros casuais e rápidos para atrair um público mais diversificado e ampliar a base de usuários.

O novo posicionamento foi apresentado em uma reunião para investidores na última semana, no qual a empresa apresentou previsões de queda ou estabilidade nas receitas diretas até 2026, com retomada do crescimento em torno de 2,8% em 2027. Antes mesmo do evento, a Match reduziu as estimativas de receita para o quarto trimestre.

Entre as inovações em teste, o Tinder pretende implementar exigências de fotos de rosto nos perfis, funcionalidades para encontros em dupla e recomendações baseadas em inteligência artificial.

As medidas visam combater a presença de usuários mal-intencionados, ampliando a confiança dos participantes na plataforma.

Apesar das promessas, a CEO reconheceu que a base de usuários do aplicativo deve continuar encolhendo no curto prazo, reflexo de uma sequência de seis trimestres de queda.

Pressão de investidores e queda nas ações

Desde o pico em 2021, a Match acumulou uma perda de US$ 41 bilhões em capitalização de mercado, em meio a sucessivas trocas na liderança e falta de inovações significativas no Tinder.

Outros acionistas ativistas, incluindo Elliott Investment Management LP, reforçam a demanda por resultados mais rápidos.

Enquanto isso, o Hinge, outra marca da Match, desponta como ponto de crescimento. O CEO do app, Justin McLeod, projeta um aumento de até 25% na receita direta em 2025, alcançando US$ 1 bilhão em 2027, superando estimativas de mercado.

O crescimento será impulsionado por melhorias baseadas em inteligência artificial, como sugestões de locais para encontros e dicas de conversação. O Hinge também planeja expansão para mercados como México e Brasil em 2025, além de outros países da América Latina e Ásia em 2026.

A Match aposta ainda na otimização de custos em marketing e operação entre suas marcas, com o objetivo de elevar o fluxo de caixa e as margens operacionais. Até 2027, a empresa espera atingir uma margem ajustada de 39%, segundo o CFO Steven Bailey. A receita total deve crescer entre 4% e 6% ao ano nesse período.

Retorno ao acionista como estratégia de recuperação

Atendendo a demandas da Starboard, a Match anunciou um plano de retorno ao acionista. A empresa destinará 100% do fluxo de caixa livre acumulado nos próximos três anos — estimado em mais de US$ 3 bilhões — para dividendos trimestrais e recompra de ações. O primeiro pagamento de US$ 0,19 por ação será realizado no próximo mês, com perspectiva de aumentos futuros.

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