Processadores de computador (Anadolu Agency/Getty Images)
Por Ian King e Debby Wu, da Bloomberg
A crise de semicondutores, que já abalou montadoras e empresas de eletrônicos, está cada vez pior, o que complica a recuperação da economia global da pandemia de coronavírus.
O prazo entre os pedidos e as entregas dos chips aumentou para 17 semanas em abril, indicando que usuários estão cada vez mais desesperados para garantir suprimentos, segundo pesquisa do Susquehanna Financial Group. Esse é o prazo mais longo desde que a empresa começou a rastrear os dados em 2017, no que descreve como “zona de perigo”.
“Houve aumento considerável em todas as principais categorias de produtos”, disse Chris Rolland, analista da Susquehanna, em relatório na terça-feira, citando o gerenciamento de energia e prazos de entrega de chips analógicos, entre outros. “Esses foram alguns dos maiores aumentos desde que começamos a rastrear os dados.”
A escassez de chips agora atinge vários setores, o que limita a entrega de produtos como carros, consoles de jogos e geladeiras. Montadoras devem perder 110 bilhões de dólares em vendas neste ano, pois empresas como Ford, General Motors e outras têm paralisado fábricas por falta de componentes essenciais. Isso tem desacelerado o crescimento econômico e a criação de empregos, além de aumentar o temor de pedidos de pânico que podem levar a distorções no futuro.
A indústria de chips e clientes observam os prazos de entrega como um indicador do equilíbrio entre oferta e demanda. Um maior desequilíbrio indica que compradores de semicondutores estão mais dispostos a garantir fornecimento futuro para evitar a recorrência de déficits. Analistas acompanham esses números como um prenúncio de acúmulo de estoques que pode causar quedas repentinas dos pedidos.
“Prazos de entrega elevados geralmente levam ao ‘mau comportamento’ dos clientes, o que inclui o acúmulo de estoques, mais estoques de segurança e pedidos duplos”, escreveu Rolland.
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