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Crime contra o meio ambiente financia terrorismo

Milícias e grupos terroristas estão obtendo entre US$ 111 e US$ 289 milhões de dólares anuais por sua participação no negócio ilegal do carvão

Meio ambiente (EFE)

Meio ambiente (EFE)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 09h52.

Os crimes contra o meio ambiente, que a cada ano movimentam US$ 213 bilhões, estão ajudando a financiar as atividades de milícias e grupos terroristas, segundo um relatório conjunto da ONU e da Interpol.

"A crise do crime meio ambiental", título do documento que foi tornado público nesta terça-feira durante a primeira Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA), realizado nesta semana em Nairóbi.

Em conjunto, as milícias e grupos terroristas que operam na África estão obtendo entre US$ 111 e US$ 289 milhões de dólares anuais por sua participação no negócio ilegal do carvão.

Por outro lado, grupos ilegais dedicados ao tráfico de marfim dos elefantes da África Central poderiam estar ganhando entre US$ 4 e US$ 12,2 milhões por ano.

Segundo as estimativas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a ONU e a Interpol, os crimes contra o meio ambiente, que incluem a exploração florestal, a caça ilegal e o tráfico de animais, a pesca ilegal, a mineração ilegal e o vazamento de resíduos tóxicos, geram lucro de entre US$ 70 e US$ 213 bilhões a cada ano.

Em contraste, a ajuda global ao desenvolvimento não supera os US$ 135 bilhões.

A exploração florestal ilegal gera lucros anuais de até US$ 10 bilhões, equivalentes a 30% do comércio de madeira mundial.

O negócio ilegal do carvão, por sua parte, movimenta até US$ 9 bilhões na África Central, Oriental e Ocidental, uma quantidade superior ao tráfico de drogas na região (US$ 2,65 bilhões).

Na África são vítimas da caça ilegal cada ano entre 20 mil e 25 mil elefantes, de uma população de até 650 mil, o que reporta até 9 milhões de euros em financiamento a estas milícias.

"O crime organizado está fazendo lucro incríveis ao explorar nossos recursos naturais para alimentar suas atividades ilícitas, ameaçando a estabilidade e o futuro desenvolvimento de algumas das regiões mais pobres do planeta", disse o diretor-executivo de Serviços Policiais de Interpol, Jean-Michel Louboutin.

Em entrevista coletiva em Nairóbi, Louboutin declarou que enquanto cresce a conscientização com o crime contra a fauna selvagem, será necessário um esforço internacional para reforçar as leis e combater esta ameaça à segurança global.

"Além de seu impacto meio ambiental, o tráfico ilegal dos recursos naturais priva as economias em desenvolvimento de bilhões de dólares em lucros perdidos para encher os bolsos dos criminosos", disse o diretor-executivo do programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner.

"É imperativo que 2014 se transforme em um ano de ações concretas e decisivas", acrescentou.

 

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