Segurança digital: projeto com o Exército começou no início deste ano, mas o desenvolvimento de produtos para a área de defesa já tem experiência (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2013 às 13h36.
São Paulo - O CPqD inaugurou nesta quinta-feira, 15, em Campinas (SP), uma iniciativa em conjunto com o Ministério da Defesa, Exército, Marinha e Aeronáutica para o desenvolvimento de tecnologias de comunicação para as Forças Armadas.
O Núcleo de Desenvolvimento de Tecnologias de Defesa marca a posição do CPqD como uma "entidade relevante" com o grupo de desenvolvimento, que teve investimento inicial de R$ 17 milhões.
O projeto com o Exército começou no início deste ano, mas o desenvolvimento de produtos para a área de defesa já tem experiência. "Começamos há cinco anos com a Polícia Militar de São Paulo na área de segurança pública, fizemos contrato com o Exército em dezembro e, em julho, com a comissão de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro", lembra Hélio Graciosa, presidente do CPqD.
Ele garante que os investimentos foram baixos, se comparados ao de outros países. "A gente foca na aplicação, então temos que ser muito seletivos e focados", diz ele.
Esse aporte, entretanto, não está fechado: os recursos são considerados "progressivos" e deverão figurar "na casa dos R$ 10 milhões por ano", de acordo com o General do Exército Sinclair Mayer, repetindo a comparação feita por Graciosa. "Não é algo que esteja disponível no mundo inteiro, mas a gente percebe a assimetria dos investimentos se comparando com outros países que colocam 20 vezes o que a gente coloca", diz o militar.
Ele explica que o desenvolvimento vai gerar recursos para a indústria, com aplicação com segurança na "interoperabilidade entre as forças em programas específicos, como o Sistema de Vigilância de Fronteiras que hoje está sendo implantado em projeto-piloto no Mato Grosso".
Tecnologia
Essa interoperabilidade é possível graças à tecnologia de rádio definido por software (RDS), que utiliza faixas de 30 MHz a 300 MHz nos primeiros três anos. Segundo o diretor de redes convergentes do CPqD, Paulo Cabestré, o programa tem previsão de duração de dez anos. "Nessa primeira fase, nos próximos três anos, será na faixa de VHF, até 300 MHz, e depois o planejamento é a fase que será de UHF, de 300 MHz ate 3 GHz", comentou ele. "A diferença é que a gente abstrai, tira a solução de modular as formas de onda, remove o hardware, leva para uma camada de software que, com ferramentas especiais, cria qualquer forma de onda, modulação e frequência", detalha.
A chave de tudo, segundo ele, é permitir uma flexibilidade na comunicação com segurança, simplificando a logística entre as Forças Armadas. "Nas modulações digitais, conseguimos colocar recursos como criptografia", diz. Com planos de controle, o RDS consegue otimizar de forma inteligente a comutação de equipamentos de roteamento. "Isso pode ser aplicado no backbone inteiro", garante Cabestré. Ele lembra ainda que, naturalmente, os equipamentos nacionais não contarão com backdoors que possam ser explorados para o caso de espionagem internacional.