Tecnologia

Coreia do Sul lançará corrida para o 5G em 2018

A geração de conexões super-rápidas pode permitir o download de filmes em poucos segundos ou o funcionamento de carros conectados sem motorista

Celular: o país asiático espera tomar a frente, demonstrando sua capacidade nos Jogos Olímpicos de Inverno (Frederic J. Brown/AFP)

Celular: o país asiático espera tomar a frente, demonstrando sua capacidade nos Jogos Olímpicos de Inverno (Frederic J. Brown/AFP)

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AFP

Publicado em 17 de março de 2017 às 15h01.

Última atualização em 17 de março de 2017 às 15h02.

A Coreia do Sul dará em 2018 o sinal de partida na corrida pela implementação da nova geração de redes móveis 5G, com um teste durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang.

As empresas de telecomunicações vêm trabalhando há algum tempo no desenvolvimento desta geração de conexões super-rápidas, que podem permitir o download de filmes em poucos segundos ou o funcionamento dos carros conectados sem motorista.

Para os operadores, o 5G é "um elemento diferencial, especialmente nos mercados onde o 4G é onipresente", como a Coreia do Sul, com uma cobertura de 100%, explica Dexter Thillien, analista de telecomunicações no gabinete BMI.

No Congresso Mundial do Celular de Barcelona, que foi realizado no final de fevereiro, o rei da Espanha, Felipe VI, falou da "revolução nas nossas vidas e economias" que o 5G implicará.

E Chang-Gyu Hwang, diretor-geral da operadora sul-coreana KT, a empresa que gestionará este teste piloto, prometeu "mudanças espetaculares".

A comercialização do 5G não está prevista para antes de 2020. Enquanto isso, as principais companhias e os governos negociam os padrões para que estas redes sejam compatíveis em todos os países e dispositivos.

O país asiático espera tomar a frente, demonstrando sua capacidade nos Jogos Olímpicos de Inverno.

"Vamos implementar novos serviços que não seriam possíveis com as tecnologias atuais e que nos permitirão ter uma banda larga móvel aumentada", explica um porta-voz da KT.

Os milhares de visitantes do evento olímpico poderão utilizar estas novas redes, acessando conteúdos em alta definição ou em realidade virtual.

Os fabricantes sul-coreanos, como a Samsung, terão também a oportunidade de testar a infraestrutura necessária para suportar o envio de sinais móveis com a potência e a velocidade suficientes para dar apoio a operações cirúrgicas ou à condução automática.

Truque de marketing

No entanto, já estão sendo forjados lançamentos que poderiam roubar dos sul-coreanos a posição de pioneiros.

"Veremos implementações do 5G bastante significativas nos Estados Unidos. Os primeiros serviços comerciais podem estar disponíveis no final do ano", afirma o especialista em tecnologia Frederic Pujol, da consultoria IDATE.

Por enquanto, o foco será o desenvolvimento de serviços que requerem conexões de alta velocidade, como a televisão em qualidade 4K, com melhor resolução que a alta definição, ou a realidade virtual.

Especialistas acreditam que para oferecer estes serviços bastará melhorar a capacidade do 4G, sem implementar totalmente a quinta geração de redes.

Thillien opina que o teste da Coreia do Sul nos Jogos Olímpicos de Inverno consistirá simplesmente em melhorar a rede atual.

"Serão pré-padrões 5G (...). Será sobretudo um truque de marketing para dizer que foram os primeiros", aponta.

Pujol, por outro lado, acredita que os sul-coreanos estão preparando uma revolução nas suas redes móveis, adaptando-as para a chegada das conexões super-rápidas.

Mas com as negociações ainda em andamento para harmonizar o funcionamento destas redes, esta precocidade implicará riscos quando todos os países pioneiros tentarem impor seus padrões para o futuro 5G, aponta Pujol.

"Sabemos, por exemplo, que o espectro de frequências empregado na Coreia do Sul não estará disponível na Europa, mas sim nos Estados Unidos", diz Thillien.

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