SÃO PAULO - Imagine um copo que já manda para a cozinha do bar ou do restaurante, sem que o cliente abra a boca, o aviso de que a bebida nele contida está no fim e que é hora de uma outra dose. É isso que promete o iGlassware, criado pela divisão de pesquisas da japonesa Mitsubishi.

A criação surgiu nos laboratórios da universidade de Cambridge, em Massachusetts (EUA). De acordo com a revista NewScientist, o sistema, uma adaptação daqueles dispositivos anti-furto de lojas, é baseado em um microchip conectado a um sistema de rádio-freqüência com freqüência semelhante aos dos celulares. O revestimento de material condutor faz com que o copo se comporte como um capacitador, onde a bebida funciona como isolante e, o vidro, como placas condutoras. Este sistema consegue "medir" o quanto foi consumido do drink.

A mudança na capacidade de armazenamento do copo é lida pelo microchip, que manda a mensagem para o bar de que aquele copo está se esvaziando. Cada copo possui um código de barras para identificação.

A idéia do criador do "copo inteligente", o cientista Paul Dietz, é que este sinal possa ser repassado para handhelds de garçons ou algum outro dispositivo instalado no bar.

Questionado pela NewScientist sobre o fato da invenção ser considerada intrusiva - e, do ponto de vista de muitos clientes, o é - o especialista em restaurantes e hotéis da universidade de Delaware, Ronald Cole, garantiu que há uma necessidade genuína para ela: "satisfazer clientes que ficam facilmente irritados com a demora padrão de atendimento em estabelecimentos deste tipo".

Se depender do atendimento de muitos bares brasileiros, onde os copos de chopp são trocados rapidamente - às vezes um bocado de tempo antes da bebida acabar - o "copo inteligente" não terá muita utilidade por aqui.