(Samsung/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 13 de julho de 2018 às 05h55.
Última atualização em 13 de julho de 2018 às 05h55.
São Paulo – A Copa do Mundo 2018, pela primeira vez, teve transmissão em 4K via internet no aplicativo da SporTV. Exclusivo nas Smart TVs da Samsung, os consumidores que tinham aparelhos de 2016, 2017 ou 2018 puderam ver em detalhes as faltas feitas em Neymar ou a eliminação da Inglaterra pela Croácia na semifinal. De acordo com dados da consultoria GFK, não foi apenas o número de vendas de televisores com resolução 4K que aumentou em relação ao ano passado, mas também o tamanho das suas telas.
No período entre janeiro e maio deste ano, o mercado de TVs teve crescimento de 35%, mas o segmento de telas com 65 polegadas ou mais foi de 234% em relação ao mesmo período em 2017. A Samsung puxou essa alta com crescimento de 412%.
Segundo pesquisas da própria marca, a aliança feita com a emissora SporTV foi um fator de compra determinante: quem ia comprar uma TV nova desejava ver a Copa do Mundo em 4K, e não em uma transmissão Full HD melhorada pela tecnologia de upscalling presente na maioria dos televisores com displays 4K.
O mercado de TVs, como um todo, teve um deslocamento incomum, mas típico de anos de Copa: o volume de vendas, normalmente mais forte no final do ano (devido a datas comerciais, como Black Friday e Natal), ficou mais concentrado no primeiro semestre do que no segundo. Tanto Samsung quanto LG e dados da GFK confirmam a inversão.
Algumas medidas tomadas pela Samsung junto aos seus parceiros ajudaram a puxar a forte alta do setor no começo de 2018. A empresa investiu "muito mais" em comunicação do que em 2014, antecipou promoções de telas grandes com resolução 4K, patrocinou o técnico Tite e também anunciou publicamente logo no começo do ano o aplicativo exclusivo da SporTV, que reproduziu 56 dos 64 jogos da Copa do Mundo em 4K, além de oferecer acesso a cenas de melhores momentos–gratuitamente.
Para a Copa do Mundo 2022, os produtos tecnológicos à disposição dos brasileiros podem evoluir para oferecer ainda mais definição de imagem na sala de estar. Se essa foi a Copa do 4K, a próxima pode ser a do 8K–ao menos em termos de tecnologia de produtos. Tanto Samsung quanto LG têm suas telas 8K, resolução para a qual ainda existe um número limitado de conteúdos. Alguns vídeos, por exemplo, podem ser encontrados no YouTube, mas hoje você poderá vê-los, no máximo, em 4K.
Para efeito de comparação, uma tela 8K tem duas vezes mais resolução de imagem do que uma 4K ou 16 vezes mais do que uma Full HD.
Sem nenhuma opção no mercado de consumo hoje, os produtos 8K, que são conceitos ou protótipos prestes a virarem aparelhos comercialmente viáveis, já devem estar nas mãos de brasileiros dentro de quatro anos.
"Vamos começar a falar de 8K muito rapidamente. A tecnologia já sai do forno. As experiências que tivemos de telas 8K com pontos quânticos são extraordinárias", afirmou Érico Traldi, diretor associado da divisão de TV, áudio e vídeo da Samsung, em entrevista a EXAME. Os pontos quânticos hoje estão presentes no portfólio da empresa para oferecer melhores taxas de brilho e contraste e fazem parte das telas da linha de elite da marca, que rivaliza com a OLED da LG.
Assim como o 4K, o 8K deverá vencer uma etapa típica da tecnologia: o tempo de mercado. No passado, os modelos 4K, que tiveram forte aumento em vendas neste ano, custavam até dez vezes mais do que os 2.200 reais pelos quais podemos comprar hoje um aparelho de entrada com essa resolução. Além disso, há a questão da transmissão online, em tempo real, em 8K. O YouTube mostra que já é possível com vídeos gravados, mas a transmissão ao vivo é uma outra história.
Ainda assim, Globo e Intelsat já transmitiram jogos em 8K nesta Copa do Mundo no Museu de Amanhã, como parte de uma exibição do museu futurístico do Rio de Janeiro. Com isso, a sensação de ver o jogo no estádio sem sair de casa pode estar cada vez mais perto.