São Paulo -- Imagine uma pilha de iPads com altura igual a dois terços da distância entre a Terra e a Lua. É o que teríamos se todo o conteúdo digital do planeta -- filmes, livros, músicas, documentos e dados computacionais -- fosse armazenado nesses tablets.
Esse dado faz parte de um estudo elaborado pela IDC para a EMC. Em 2020, prevê o estudo, essa pilha imaginária de tablets vai atingir 6,6 vezes a distância entre a Terra e a Lua (considerando-se que cada tablet armazena 128 gigabytes).
A IDC afirma que o universo digital está dobrando a cada dois anos. Em 2013, eram 4,4 trilhões de gigabytes no planeta. Esse número deve crescer para 44 trilhões de gigabytes até 2020; ou seja, vai se multiplicar por dez.
No Brasil, o volume de dados deve ir de 212 bilhões de gigabytes em 2013 para 1.600 bilhões de gigabytes em 2020. Isso representa crescimento de 7,5 vezes. Esses números passam a impressão de que o crescimento do universo digital é mais lento no Brasil que no resto do mundo.
Mas a IDC diz que não é bem assim. Segundo a empresa, em 2013, vendas aquecidas de equipamentos de armazenamento inflaram os números no país, o que distorce um pouco o cenário.
“Quando se considera a evolução ano a ano, percebe-se que a parcela dos dados correspondente ao Brasil vai aumentar de 3% para 4% até 2020”, disse, a EXAME.com, Pietro Delai, gerente de pesquisa e consultoria corporativa da IDC Brasil.
Segundo o estudo, 60% dos dados do planeta estão nos países mais desenvolvidos. Mas a proporção deve se inverter com o tempo. Em 2020, 60% dos dados estarão em países emergentes como Brasil, China, Índia e México.
A IDC estima que, do total de dados no mundo, apenas 22% contêm informação útil. E apenas 5% foram analisados e utilizados de alguma forma. Esses percentuais sugerem que há muito espaço para o crescimento da análise de big data no planeta.
Também sugerem que há muitos bytes inúteis sendo produzidos e armazenados. Mas a IDC diz que o nível de ruído deve baixar com o tempo. Em 2020, 35% dos dados serão úteis de alguma forma.
Outra tendência apontada pelo estudo é o crescimento da chamada internet das coisas, a comunicação de máquina a máquina, sem interferência humana. Hoje, ela corresponde a apenas 2% dos dados produzidos no mundo. Mas deve atingir 10% deles em 2020.
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1. Daqui para frente
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1/12 (SXC.Hu)
Há 25 anos, Tim Berners-Lee divulgava a proposta daquilo que daria origem à rede mundial de computadores. Em comemoração à data, o Pew Research Center (PRC) promoveu uma
pesquisa na qual mais de 2.500 especialistas indicaram
tendências que devem guiar a rede nos próximos 10 anos. As respostas mais comuns foram reunidas num
documento. A seguir, veja o que eles acreditam que deve acontecer com a
internet até 2015.
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2. A rede invisível
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2/12 (Dado Galdieri/Bloomberg)
Para os especialistas entrevistados pelo PRC, a internet vai ficar cada vez mais parecida com a eletricidade - que move o mundo hoje quase sem ser vista. "Não pensaremos em 'ficar online' ou 'olhar na internet' - apenas estaremos online", afirmou Joe Touch, diretor do Instituto de Ciência da University of Southern California.
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3. Distâncias menores
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3/12 (Getty Images)
Um dos efeitos que deve se intensificar ainda mais com a expansão da internet é a aproximação e a cooperação entre pesssoas de diversas partes do mundo. "Veremos mais amizades, romances, equipes e trabalhos em grupo globais", afirma Bryan Alexander, do Instituto Nacional para Tecnologia na Educação Liberal, dos EUA.
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4. Dados para decisão
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4/12 (Creative Commons/Flickr/Suicine)
Outra tendência que promete se desenvolver nos próximos anos é a coleta ininterrupta de dados que, analisados, podem passar a influenciar mais nas tomadas de decisão. "Nós editaremos nosso comportamento mais rapidamente e inteligentemente", afirmou na pesquisa Patrick Tucker, autor do livro Naked Future.
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5. Wearables e saúde
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5/12 (Divulgação)
Além de influenciar as decisões, a coleta constante de dados por meio de dispositivos online terá outro efeito colateral. Ela permitirá a detecção precoce da propensão a certas doeças. Nesta missão, os gadgets de computação vestível ou wearables (como o Google Glass) terão papel essencial. É esperar para ver.
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6. Mais protestos
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6/12 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O que hoje acontece na Ucrânia e na Venezuela será cada vez mais comum. A internet será cada vez mais uma ferramenta de mobilização social. "Podemos esperar mais e mais levantes à medida que as pessoas se tornem mais informadas e aptas a comunicar seus temores", afirmou Rui Correia, diretor da ONG Netday Namibia.
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7. Nações online
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7/12 (Aotearoa / Wikimedia Commons)
Hoje, cyber-conflitos e Estado virtual parecem coisas de ficção científica. Porém, até 2025, fenômenos como esse podem virar realidade graças à internet. "O poder dos estados-nações para controlar todo homem dentro de limites geográficos pode começar a diminuir", afirmou ao PRC David Hughes, um dos pioneiros da internet.
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8. Redes menores
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8/12 (ANDRE VALENTIM)
"Vai haver várias internets", afirmou ao PRC o escritor David Brin. De acordo com ele e outros especialistas, a existência de redes complementares à internet é uma tendência. Segundo o pioneiro da internet Ian Peter, o uso de canais alternativos será necessário por questões de segurança - entre outras razões.
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9. Privacidade = luxo
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9/12 (Getty Images)
"Tudo - rigorosamente tudo - vai estar à venda online", afirmou ao PRC Llewellyn Kriel, editor da TopEditor International Media Services. A consequência disso é um mundo menos seguro, no qual preservar a própria privacidade pode se tornar difícil. Muitos especialistas acreditam que a internet deve seguir esta tendência.
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10. Ferramenta valiosa
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10/12 (Divulgação)
Com o aumento de sua importância, a tendência é que a internet se torne cada vez mais visada por governos e empresas. "Governos vão se tornar muito mais efetivos no uso da internet como instrumento de controle político e social", afirma Paul Babbitt, professor associado da Southern Arkansas University.
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11. Educação
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11/12 (Mohammed Abed/AFP)
O acesso universal ao conhecimento será o maior impacto da internet. Essa é a opinião de Hal Varian, economista que trabalha no Google. "A pessoa mais inteligente do mundo hoje pode estar atrás de um arado na Índia ou na China", afirmou ele. No futuro, esta pessoa estará conectada.
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12. Agora, veja o que acontece ainda em 2014
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12/12 (Getty Images)