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Contas sobre política no Instagram tiveram queda de 65% das visualizações

Dados são de um estudo que analisou o impacto da decisão da Meta em suprimir conteúdo político nas redes sociais

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 15h34.

Última atualização em 12 de agosto de 2024 às 15h56.

No início de março, a Meta implementou uma política para diminuir a disseminação de conteúdo político no Instagram, resultando em uma queda média de 65% no alcance de diversas contas, segundo um novo estudo. A pesquisa, conduzida pela organização nonprofit Accountable Tech, monitorou o desempenho de cinco contas no Instagram, a maioria com perfil progressista no espectro dos EUA, com um público total de 13,5 milhões de seguidores, durante um período de três meses.

Os pesquisadores observaram que contas focadas em temas como direitos reprodutivos, informação sobre votação e defesa de grupos marginalizados foram as mais impactadas. Entre as contas analisadas estavam a de Hillary Clinton e do grupo ativista LGBTQ GLAAD. As publicações desses perfis foram vistas por um número significativamente menor de usuários após a Meta ter começado a limitar a propagação de conteúdo político.

O estudo procurou medir quantas visualizações cada conta recebeu após a mudança de política. Para isso, as cinco contas participantes compartilharam seus dados semanais de alcance a partir do Instagram Insights, revelando que o alcance semanal médio por publicação caiu cerca de 65% ao longo de dez semanas.

Usuários cansados de política

A decisão da Meta, anunciada em fevereiro, visa limitar a presença de conteúdos políticos nos algoritmos de recomendação do Instagram, a menos que o usuário opte por visualizar esse tipo de postagem. Segundo os executivos da empresa, o objetivo é proporcionar uma experiência mais positiva aos usuários.

No entanto, críticos argumentam que a definição de "conteúdo político" pela Meta é ambígua, o que acaba sufocando a disseminação de informações importantes de ativistas, organizações de notícias e criadores de conteúdo de comunidades marginalizadas, especialmente em um ano eleitoral globalmente significativo.

Em fevereiro o CEO Mark Zuckerberg fez uma postagem dizendo que há evidências que indicam que os usuários estão cansados das discussões políticas nas plataformas da empresa. A decisão do líder, de toda forma, é baseada em dados.

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